Vôlei feminino usa 'radar' para derrotar cubanas

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Portal Terra

KAISUKA - A Seleção Brasileira feminina de vôlei aposta em uma tática inovadora para se vingar das cubanas nos Jogos Olímpicos de Pequim. O time vem treinando com um radar de velocidade para aprender a controlar as pancadas dos serviços das adversárias.

- Elas sacam por volta de 80 a 84km/h. Não é muito comum entre as mulheres. Queremos dar uma velocidade grande na bola para medirmos e nos aproximarmos da velocidade do saque de Cuba ou das jogadoras que sacam 'viagem' forte - explica o técnico José Roberto Guimarães.

As cubanas vêm sendo a pedra no caminho da equipe brasileira nos últimos anos. Na Olimpíada de 2004, em Atenas, a medalha de bronze escapou contra elas, e no ano passado o time de Zé Roberto caiu diante das rivais na decisão dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Na China, Brasil e Cuba não estão na mesma chave, mas podem se enfrentar nas fases seguintes. Por isso a importância do trabalho específico que foi realizado no primeiro treino de fundamentos das jogadoras em Kaizuka, província de Osaka, nesta sexta-feira.

As meninas do Brasil chegaram ao Japão na quinta exatamente 18 dias depois de conquistarem o heptacampeonato do Grand Prix de vôlei também no país nipônico, só que em Yokohama. Mal deixaram as coisas no centro de treinamento e já foram "tirar o avião das costas" com um leve trabalho na quadra.

- Chegamos, não conseguíamos nem andar direito e já tivemos que vir para a quadra. A gente sabe que precisa ser assim, o corpo sente muito, então não podemos deixar que o fuso atrapalhe isso - explica a experiente Fofão, que vai para a quinta Olimpíada.

Diante de tantos compromissos e viagens, Zé Roberto, aniversariante da quinta-feira, nem teve tempo de comemorar a data.

- A gente só cantou um parabéns depois do treino que fizemos. Estava todo mundo cansado, mas é tudo por uma boa causa. Vale a pena, afirma o treinador.

Para conquistar a inédita medalha de ouro em Pequim, as jogadoras terão de abrir mão de muitas coisas. E a primeira delas será justamente a cerimônia de abertura dia 8 de agosto, já que no dia seguinte elas entram em quadra para a estréia diante da Argélia.

- É um pecado, mas não tem problema já que no outro dia vamos jogar e não podemos ficar cinco horas em pé. Mas no encerramento estaremos lá com certeza, disse a ponteira Mari.

Além da Argélia, o grupo do Brasil na primeira fase conta com Rússia, Itália, Sérvia e Cazaquistão.