‘Tori et Lokita’, de Jean-Pierre e Luc Dardenne, teve estreia mundial em Cannes

Filme concorre à Palma de Ouro

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO

Pablo Schils e Joely Mbundu em 'Tori et Lokita'

O filme, dirigido e roteirizado pelos irmãos diretores, segue dois jovens que buscam exílio na Bélgica, após uma viagem solitária pelo continente africano, e colocam sua amizade acima das condições cruéis que são normalmente dadas para imigrantes e refugiados.

Pablo Schils (Tori) e Mbundu Joely (Lokita) estão estreando com ótimo desempenho como protagonistas. Ele consegue um visto permanente porque era perseguido em seu país natal, enquanto Lokita encontra dificuldades para fixar residência no país belga.

Os diretores mesclam, através de um comovente drama, uma denúncia social, marca de seus filmes.

Os Irmãos Dardennes têm tido presença frequente em Cannes em várias edições, desde 1999, com “Rosetta”, que ganhou a Palma de Ouro de melhor atriz para Émilie Dequenne - estreando no cinema.

 

 

Após “Rosetta”, eles fizeram sete filmes, e todos foram selecionados para Cannes, cinco premiados. “O filho” (2002), prêmio de melhor ator para Olivier Gourmet; “A criança” (2005) Palma de Ouro de melhor filme; “O segredo de Lorna” (2008) prêmio de roteiro; “O garoto da bicicleta” (2011), Grande Prêmio do Júri e “O jovem Ahmed” (2019), prêmio de melhor direção.

Os cineastas belgas têm uma inconfundível assinatura: a trama é centrada a maior parte do tempo no personagem principal. E o tema é sempre relacionado com uma crítica social e a importância do respeito aos direitos humanos.

E são mundialmente consagrados por seus trabalhos que abordam esses temas com viés econômico-político-social e com foco em pessoas carentes e fragilizadas.

Com “Tori et Lokita”, os diretores estão entre os fortes candidatos à Palma de Ouro que será conhecida sábado, 28, na cerimônia de premiação.