Para não perder a inspiração
compositor . – O meu estilo de com - por flui de uma célula m usical que v em da minha ca beça e é tr a ba - lhada. É daí que v em a m inha ins - pir ação . Este é um tr a balho m uito complicado que, se eu f osse e xpli - car , demor aria hor as. P a r a Nilz e Car v alho , a inspi- r ação também não v em de f orma fácil mas, quando sur ge, a cantor a tr ata lo go de r egistr ar a ideia no celular . P ar a ela, os momentos de mais concentr ação são também os mais pr oduti v os. – T em v ez es em que a ideia v em do nada, mas eu, particularmente, funciono mais nos ensaios – des - cr e v e Nilz e. – Quando eu estou tr a - balhando nas composições, já pego o instrumento e começo a me xer na música. Ultimamente, quando pin - ta uma ideia, eu já pego o celular p ra g rava r . Depois, quando eu c he - go em casa, passo pr o computador , ouço com calma e começo a tr a - balhar em cima daquilo . P ar a a cantor a e compositor a Isa bella T a viani, o celular tam- bém é um dos melhor es aliados dos compositor es, e o dela vi v e c heio de pílulas, cacos, ideias me- lódicas e também de letr as, fun- cionando como uma espécie de bloco de r ascunhos. – Eu só per co o que não r egistr o de imediato – declar a a cantor a. – P or isso , já per di demais, já que canto m uitas melodias no c huv ei- r o e não dá pr a le v ar o celular par a o bo x (
risos
). A cantor a sempr e se arr epende quando v em aquele v er so genial e ela não tem como par ar par a g rava r ou escr e v er algo n um caderno de anotações. Sempr e se engana: ac ha que v ai lembr ar dir eitinho da ideia, como quando sonha. – Ac ho que não só eu, mas m uitos compositor es costumam sonhar com canções. Eu quase n unca lem - br o de uma ideia m usical que so - nhei e, no sonho , ela é sempr e a música mais linda do m undo – la - menta Isa bella. – U m a v e z e u t i v e que acor dar imediatamente e g rava r . E ra u m samba que eu de via ter en viado pr a Alcione e n unca mandei. O cantor , compositor e violonista T oquinho também costuma usar o celular nas hor as de inspir ação ime - diata. Quanto à melodia das mú - sicas, ele afirma que a memória costuma ainda ajudar bastante, mas que o g r a v ador é o meio mais indicado – e inf alív el. Quando não consegue g rava r , usa qualquer pa - pel à mão par a anotações, mas tam - bém lamenta ter per dido m uitas composições, já que costuma jo gar papel usado no lixo . – Ultimamente tenho tomado mais cuidado com isso , mas sempr e acontece, é ine vitáv el – assume o compositor . – Depois do arr epen - dimento , v em sempr e o pr opósito de que aquilo não acontecerá de no v o e de que todas as ideias serão r egistr adas. Mas isso sempr e se r e - pete, não tem como a gente r e - gistr ar tudo . E olha que estamos sempr e alertas par a o que nos cer ca. As antenas dos artistas não des - cansam jamais. Ainda f alando do costume de guar dar alguns r ascunhos, T oqui- nho cita um caso m uito curioso que ocorr eu no ano passado en- quanto se pr epa rava p a ra g rava r o CD em homenagem a V inicius de Mor aes com a participação de P aulo Ricar do . – Lá pelos anos 70, quando V i - nicius ainda esta v a vi v o , nós fi - z emos uma canção linda, c hamada
Romeu e J ulieta
, e não g r a v amos na época – conta T oquinho . – A letr a se per deu, e eu não lemb rava mais dela, mas tinha a melodia toda na ca beça. Então , depois de mais de 30 anos, apar eceu uma m ulher du - r ante um e v ento , com um papel na mão , diz endo-me que tinha um pr e - sente par a me dar . Quando fui v er , em um papel todo amar elado , bem mar cado pelo tempo . Er a a letr a daquela canção , escrita no origi - nal, com corr eções e tudo . A pr o - v eitei, clar o , e g r a v ei a música par a o álbum.
MÚSICA
| CONTINUAÇÃO
CONECTADAS
– Para as cantoras e compositoras Nilze Car valho (à esq.) e Isabella T aviani o celular é um grande aliado no trabalho de criação
