X diz à Justiça brasileira que 'falhas operacionais' permitiram que usuários bloqueados permanecessem ativos
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Advogados que representam a rede social X no Brasil disseram ao Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira (26), que "falhas operacionais" permitiram que usuários que receberam ordens de bloqueio permanecessem ativos na plataforma de mídia social.
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pediu que a gigante das redes sociais explicasse por que supostamente não cumpriu integralmente decisões anteriores que ordenavam que a empresa, de propriedade do bilionário Elon Musk, bloqueasse certas contas.
Em um documento legal de 20 páginas, os advogados da X disseram que os donos das contas tentaram contornar as restrições impostas pela Justiça para continuar usando a plataforma fazendo novas contas. Ele acrescentou que a X não reativou nenhum desses usuários.
Um relatório da Polícia Federal mostra que contas na X, que os tribunais superiores haviam ordenado o bloqueio, ainda estavam ativas na plataforma no início de abril, podendo ganhar novos seguidores e transmitir vídeos ao vivo.
A X disse nesta sexta-feira que o relatório policial rastreou seis contas de um total de mais de 200 contas que os tribunais superiores brasileiros ordenaram o bloqueio desde 2022.
A empresa acrescentou que esses usuários eram de propriedade de pessoas que têm um histórico "de tentar incessantemente quebrar as medidas de segurança impostas", dizendo que se aproveitaram de "falhas operacionais" e "vulnerabilidades sistêmicas" dentro da plataforma para continuar usando-a.
Uma das estratégias usadas por esses usuários foi colocar em seus perfis links biológicos para sites externos onde transmitem vídeos, de acordo com X.
A X disse que uma falha operacional tornou possível ver a bio do perfil dos usuários na X ao fazer login pelo aplicativo, embora as contas parecessem bloqueadas quando acessadas pelo site.
A empresa também classificou esses casos como "incomuns" e disse que corrigiu os problemas assim que os detectou.
Moraes, cujas decisões sobre a X e são chamada por Musk de "inconstitucionais", abriu no início deste mês um inquérito sobre o bilionário depois que ele disse que reativaria contas no X que o juiz havia bloqueado.
Moraes investiga as chamadas "milícias digitais", acusadas de espalhar fake news e mensagens de ódio, além de práticas ilícitas nas redes sociais, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e também lidera uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe por parte de Bolsonaro.