Alerta: Expectativa de vida diminui pela primeira vez na história

Por WILSON RONDÓ JUNIOR *

Estamos evoluindo para uma situação única na história da humanidade. Pela primeira vez há redução na expectativa de vida! Nos Estados Unidos, a expectativa como um todo vinha aumentando mais de seis anos para a mulher e sete anos para os homens no período de 1961 a 1999. Mas, pela primeira vez, nas últimas avaliações, declinou nas estatísticas americanas. Com certeza, o papel principal causador dessa situação é a obesidade, que traz consigo um aumento das taxas de causas de morte, como doença cardíaca, derrame e demência, que só entre 2014 e 2015, aumentaram em média 16%. 

Esse declínio de expectativa de vida significa que as pessoas estão morrendo, na média, um mês antes para mulheres e dois meses antes para homens. Parece pouco, mas isso nunca aconteceu. É um alerta! Para se ter uma ideia, a obesidade infantil piorou muito entre 1999 e 2012, havendo aumento de obesidade severa, o que põe as crianças em risco a longo prazo. 

Em vez de haver redução da obesidade infantil, a taxa tem subido desde 2009. 

Segundo pesquisa americana, atualmente se come demais alimentos processados que contém um ou mais dos três ingredientes que promovem a maioria das doenças crônicas: soja, milho e açúcar de beterraba – todos transgênicos e contaminados com pesticidas tóxicos. Se nós queremos reverter essa evolução, precisamos rever nosso aporte alimentar e permitir maior e melhor acesso a alimentos reais.

Obesidade e diabete infantil 

Num estudo entre 2001 e 2009, os pesquisadores observaram que houve aumento nas diabetes tipo 1 e tipo 2 em crianças. Porém, a tipo 2, que é perfeitamente prevenível, foi a que mais aumentou. Aliás, a diabetes tipo 2 era exclusivamente uma doença metabólica dos adultos. Porém, nestes últimos 20 anos, houve um aumento entre crianças em mais de 20%. Nesse cenário, certamente a obesidade vem como pano de fundo, estando associada também a complicações metabólicas e cardiovasculares em crianças e adolescentes. 

A resistência severa à insulina também está relacionada a um aumento de mortalidade em adultos jovens e alto risco de hipertensão, cirrose hepática não-alcoólica e síndrome metabólica. Com isso, certamente é de se esperar um aumento de gastos com doenças e seus cuidados, como também maior perda de vidas nos próximos anos.

Fatores associados 

Criou-se uma epidemia de doença de estilo de vida, e a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) diz ser “uma ameaça à saúde pública muito maior do que qualquer outra epidemia conhecida pelo homem”. Outro fator importante que deve-se levar em consideração é como a agricultura usa cada vez mais pesticidas tóxicos que contaminam os alimentos e destroem o solo. 

Diante de tudo isso, o que fazer? Confira algumas dicas: 

• Minimize ao máximo os produtos refinados, industrializados, grãos, açúcares e frutose. 

• Pesquisas indicam que deve-se consumir gorduras naturais de alta qualidade, como óleo de coco, palma, manteiga, ghee, laticínios em geral e amêndoas. 

• Dê preferência para proteína de animais criados a pasto ou de água oceânicas profundas. 

• Opte sempre por vegetais orgânicos. 

• Fique atento ao que você come. Isso é a diferença entre a doença e a saúde! 

Referências bibliográficas: NY Daily News January 19, 2015 Journal of Epidemiology and Community Health October 27, 2016 HCP Live December 2, 2016 The Lancet February 21, 2017 JAMA. 2015;314(10):1021-1029 Scientific American December 9, 2016

*Médico e nutrólogo