ONGs reafirmam que vão retirar trecho que inclui sociedade civil no texto

Por Luciano Pádua

Após o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, entre os chefes de governo foi passada uma “plaina” por cima de muitos aspectos do desenvolvimento sustentável, e muitos assuntos relevantes e polêmicos sumiram do tratado. Bielinky revela, ainda,  que os signatários do manifesto desejam entregá-lo, em mãos, aos chefes de Estado na sexta-feira (22).  

A opinião é endossada pelo coordenador da campanha Clima e Energia do Greenpeace, Pedro Torres. De acordo com Torres, a marcha que reuniu 20 mil manifestantes no Centro do Rio na quarta-feira mostra um descompasso entre as atitudes dos Estados e da sociedade civil. 

Ao ser indagado sobre o que acontecerá depois de finda a Rio+20, Torres retrucou: 

“Nós que perguntamos à ONU: qual o próximo passo?”, disparou. “Milhões de dólares foram gastos, milhões de toneladas de carbono foram lançadas na atmosfera. Por quê?” 

África e Pnuma

De acordo com Pedro Torres, o que se fala nos bastidores é que os países da África queriam reabrir o texto final para discutir a transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em uma agência. A proposta, que estava entre as maiores expectativas para a Rio+20 e era defendida pelo Brasil, foi retirada do texto nas negociações entre as comitivas. Os próprios diplomatas brasileiros entenderam que era mais vantajoso garantir um texto de consenso do que insistir na defesa da agência. 

Contudo, ressalta Torres, se o texto fosse aberto, haveria prerrogativa para outras releituras do texto - o que poderia inviabilizar uma resolução oficial para a conferência.