Cesar Maia, que se aliou a Pezão, já atacou Cabral, Dilma e Lula

Durante sua trajetória política, Cesar Maia (DEM), que acaba de se aliar a Luiz Fernando Pezão para se candidatar ao Senado no lugar de Sérgio Cabral, já teceu duras críticas ao mesmo Cabral, a Eduardo Paes, a Dilma - que subirá no palanque de Pezão no Rio - e ao próprio Lula.

Quando era prefeito do Rio, Cesar Maia, criticou em seu ex-blog o governador Sérgio Cabral (PMDB), que havia defendido o aborto como forma de diminuir a violência. Maia ironizou o uso das teses dos autores do livro Freaknomics, Steven Levitt e Stephen J. Dubner, que estabeleceram uma relação entre a legalização do aborto e a queda da violência nos Estados Unidos.

O ex-prefeito do Rio também já atacou o ex-presidente Lula, depois das vaias que recebeu no Pan-Americano: "O presidente Lula "só volta a público para plateias restritas com convite pessoal checado na portaria". César Maia diz que "esses eventos estão se tornando uma farsa" e "uma grosseira manipulação dos noticiários da noite das TVs". Segundo o prefeito, Lula não fala para o povo, mas para as redes de televisão. "Esse é um alerta para o jornalismo na TV, pois se trata de respeitar a audiência, comunicando imagens verdadeiras e não forjadas. Se Lula constrói cenários e não está em novela, o que cabe num noticiário de TV é ele falar para as câmeras quando está entrando ou saindo e nunca no palco da farsa política", escreveu o prefeito em seu ex-blog.

Em outra ocasião, Maia chegou a afirmar que Lula "marcolou", numa referência a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital).

"Inacreditável! Lula 'marcolou'", disse ele se referindo à ressalva feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) às contas do governo de 2005. 

"Você se lembra do levante do PCC - semanas atrás - quando o Lula  - esse mesmo, o presidente omisso - disse que o problema era a falta de investimento em educação? Pois bem, o TCU analisando as contas de 2005 fez uma ressalva nas contas do Lula porque ele não aplicou em educação fundamental o que a lei manda. Ô Lula! Nessa você 'marcolou'!, diz Maia, na ocasião.

Em 2009, Sergio Cabral, atacou o ex-prefeito ao sair em defesa do presidente Lula. O caso aconteceu durante a entrevista coletiva que os membros da equipe brasileira concederam no centro de convenções de Copenhague onde a sede olímpica de 2016 foi decidida. Um repórter perguntou ao presidente Lula sobre as vaias que ele recebeu no Pan de 2007 e a reação que agora o povo brasileiro terá com a escolha do Rio.

Lula começou a responder, mas Cabral tomou o microfone e atacou o ex-prefeito. "Quem organizou a vaia levou o troco na eleição para prefeito em 2008, perdendo para o Eduardo Paes", disse. Logo em seguida, foi abraçado por Paes.

Quando Eduardo Paes assumiu a prefeitura, Maia também não poupou críticas. “Entendo [o decreto de suspensão das obras ] pois a Cidade da Musica é tão importante, que todos querem inaugurá-la com sua marca”, disse Maia quando Paes determinou a paralisação das obras. Ele acrescentou que não compareceu à cerimônia de transmissão de cargo porque não foi convidado pelo atual prefeito.  

Já em 2013, em entrevista para o Panorama Mercantil, Maia afirmou textualmente que o PMDB era "carta fora do baralho" ao responder sobre as eleições no Rio de Janeiro. César Maia também já girou sua metralhadora contra Aécio Neves e Eduardo Campos, este ano: 

“Aécio Neves e Eduardo Campos estão parados nas pesquisas há vários meses. Eles estão priorizando a conversa com as elites. É um erro. Você vê fotografia deles em vários lugares. Não vê em nenhuma favela.”

Em entrevista ao Jornal do Brasil, César Maia criticou Pezão e sua candidatura. "O candidato Pezão é fraco. É um candidato que não tem desenvoltura para uma campanha majoritária, não tem desenvoltura para debate, nem nas ruas, nem na TV, a gente vê isso pelos comerciais do PMDB. Então, o Sérgio Cabral precisa unificar pela fragilidade do seu candidato. Mas, exatamente essa fragilidade é que gera a convicção no PT de manter seu candidato. O Pezão, pelo que eu saiba, até hoje não foi deputado. Não desenvolveu essa capacidade de articulação, de conversa."

Na mesma entrevista, ele atacou o então governador Sérgio Cabral: "O Governo do Estado tem apenas uma nota que é a UPP. Fora isso, nada deu certo e nem na segurança pública. Quando digo na segurança pública, só deu certo nesse vetor de ocupação de comunidades. Fora isso, não há patrulhamento, a gente está vendo que há um descontrole da parte policial, como comprovam essas imagens que estão sendo veiculadas na TV de perseguição, como se estivéssemos num vídeo game. Tudo isso choca. O número de viciados em crack aumentou muito e com isso as ruas são ocupadas por esses usuários. O sistema de transporte está um caos. Os hospitais estaduais estão dilacerados. As escolas de ensino médio classificam o Estado bem abaixo da importância do Rio de Janeiro. A matriz de educação pública do Rio aparece lá em 20º, 22º, enfim num dos últimos lugares. Acho, portanto, que é uma situação que vai exigir do governador um esforço muito grande."

Também nesta entrevista, maia criticou a presidente Dilma: "Está ficando cada vez mais claro, ao contrário do que se imaginava, a inapetência da presidente Dilma para a gestão e maior ainda para a gestão política. Essa dinâmica da MP dos Portos está mostrando isso."

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