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Eficiência eleitoral

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A Justiça eleitoral brasileira lavrou um tento. Em poucas horas, apresentou os resultados completos de mais de cinco mil municípios. Tudo com acesso pela internet e com link aberto aos meios de comunicação. O processo transcorreu em ordem, sendo que, no caso do Rio, tivemos uma eleição limpa, sem sujar a cidade. As placas ainda podem ser mais bem regulamentadas. E os candidatos perceberam que o uso de anúncios e jornais funciona melhor. E quem não tiver um mínimo de recursos não deve é se aventurar. Eleição é para quem quer e pode. Esta história de financiamento público seria fonte de corrupção e manipulação, pois o uso e o abuso do poder econômico viriam por outras formas. 

No caso carioca, temos a saudar algumas eleições para o Legislativo, as quais foram significativas em relação à melhoria do nível da representação. É exemplo o caso do ex-prefeito e ex-deputado federal Cesar Maia, que mostrou efetiva vocação para a vida pública ao se dispor a ocupar uma cadeira no Legislativo municipal, mesmo já tendo ocupado a prefeitura três vezes. Vai aportar experiência. Por outro lado, a eleição do jovem Marcelo Cid Heráclito Queiroz vem representar uma manifestação do jovem de classe média de espírito público – especialmente entre os que se dedicam ao estudo ou ao trabalho e não se deixam levar pela pregação leviana, quando não irresponsável, dos esquerdinhas que costumam encantar a burguesia carioca. Marcelo é um rapaz sério, estudioso, aplicado, austero, embora moderno e alegre como marca seus 27 anos. Há muito não tínhamos este perfil na Câmara, que já teve entre seus membros talentos como Carlos Lacerda, Alberto Cotrim Neto, Paschoal Carlos Magno, Sandra Cavalcanti e Ligia Lessa Bastos, entre outros. 

A democracia se exercita e o povo, mesmo nas camadas mais humildes, demonstra sabedoria e intuição. São os casos de Petrópolis, Duque de Caxias e São Gonçalo, nos quais os candidatos que disputam o segundo turno, mais votados no último domingo, são de alto nível ético, moral e capacidade de exercer o cargo com eficiência e probidade. Bernardo Rossi brilhou como vereador e agora como deputado estadual,  Alexandre Cardoso, de nível ministerial  e Adolfo Konder  nome experimentado com sucesso na administração pública de São Gonçalo.

A melhora tem sido lenta, mas não deixa de ser animadora, quando Rio e BH reelegem bons gestores, enfrentando a demagogia e a pressão dos poderosos de plantão. A calúnia e as acusações levianas já não parecem encontrar eco junto à população e muito menos nas elites. Os meios de comunicação ampliados, rápidos, já não permitem que um discurso leviano como aquele de Afonso Arinos de Melo Franco Sobrinho, em 1954, levasse um presidente ao suicídio. Discurso tão cruel que o próprio, pouco antes de morrer, demonstrou de público seu arrependimento tardio. Política se faz com responsabilidade e o povo é parte nesta, pois é ele quem vota quem escolhe.

 

* Aristóteles Drummond é jornalista.  - [email protected]