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É preciso um grande debate sobre os debates eleitorais

A menos de uma semana das eleições, é quase impossível uma nova mentalidade

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Mais um debate entre os presidenciáveis, DilmaRousseff (PT) e José Serra (PSDB), ocorre hoje na TV, desta vez, na Rede Record. Infelizmente, a expectativa é a de que as trocas de acusações de lado a lado dominem boa parte do programa. Afinal, essa tem sido a tônica da campanha neste segundo turno. O que realmente interessa ao eleitor, ou seja, as propostas concretas de cada um para governar o país, tem sido deixado cada vez mais de lado.

A menos de uma semana das eleições, é praticamente impossível alguma mudança de mentalidade nos marqueteiros políticos de plantão nas duas campanhas. Portanto, passadas as eleições, é fundamental que haja uma espécie de debate sobre o debate. Afinal de contas, os números da audiência e as análises dos especialistas têm mostrado que não vale a pena insistir  com a fórmula engessada dos encontros na TV, nos quais os próprios candidatos fazem as regras e as pautas de discussões, sendo eles, e não os jornalistas, os responsáveis por elaborar as perguntas, já pensando, é claro, em como usá-las para atacar o adversário.

Não é a toa que, em média, as audiências dos debates eleitorais em geral têm sido baixas. Também não é a toa que um candidato dito nanico como Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) tenha virado, no primeiro turno, o centro das atenções em muitos dos encontros presidenciais na televisão, já que, não tendo nada a perder, era o único a sair um pouco mais do script pré-determinado pelas campanhas, ousando debater.

A falta de interesse do grande público é refletida na pouca relevância dada aos debates eleitorais pelas próprias redes de TV. Basta verificarmos os horários de transmissão. Hoje, por exemplo, em plena segunda-feira, a Record marcou para as 23h o início de seu programa com Dilma e Serra,  depois de A Fazenda, reality show com celebridades  que, certamente, dará muito mais audiência.

Aos gatos pingados que resistirem atá cerca de 1h de amanhã em frente à televisão, apesar das previsões de mais um festival de troca de farpas, resta a remota esperança de que uma luz de bom senso e sabedoria ilumine os candidatos. Quem não dormir verá.