O Metallica fechou a noite de domingo no Rock in Rio com alguns de seus principais clássicos. Músicas que tornaram-se lendárias ao longo dos 30 anos de trajetória do quarteto liderado pelo guitarrista e vocalista James Hetfield e seus companheiros Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra) e Robert Trujillo. Legítimos "senhores do metal" que, durante quase duas horas, mantiveram o público na palma da mão.
Com um setlist bastante parecido com o de sua última passagem pelo Brasil no início de 2010, o Metallica abriu a noite com Creeping Death e For Whom The Bells Tolls, do álbum Ride The Lighting, o segundo da banda, lançado em 1984.
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Em seguida foi a vez de Fuel acender (literalmente) a banda. A faixa do álbum Reload, de 1997 - uma fase bastante contestada na carreira da banda, que se distanciara das raízes metaleiras -, contou diversos efeitos pirotécnicos no palco. De volta à velharia, a faixa título de Ride The Lightning serviu, segundo Hetfield, para apresentar músicas antigas aos novos fãs.
A pseudobalada Fade To Black, também do segundo álbum, veio em seguida e ganhou coro dos 100 mil fãs da plateia. Outrora "maldita", a faixa foi responsável, na época de seu lançamento, pelas acusações de que a banda teria se vendido ao esquemão das gravadoras.
Macaco velho, Hetfield, 48 anos, sabe até brincar com a própria desgraça para manter o público entretido. Na volta do solo de Fade To Black o vocalista errou o chaveamento de sua guitarra, e a base que deveria sair distorcida e pesada veio fraca, quase acústica. Ao final da música tocou a mesma sequência e brincou: "normalmente é mais pesado. Mas vocês captaram a ideia".
A presença de Lemmy Kilmister e o Motörhead na mesma noite não passou em branco. Fã confesso do roqueiro britânico, Hetfield saldou o ídolo publicamente chamando-o de "Poderoso Chefão do Metal". Em 1995 o Metallica fez um show surpresa em Los Angeles na festa de aniversário de 50 anos de Kilmister. Na ocasião tocaram sob a alcunha de The Lemmys.
Prestes a lançar Lulu, o décimo álbum de estúdio, gravado em uma questionável parceria com Lou Reed, o Metallica acabou com toda e qualquer expectativa em torno da presença de alguma faixa inédita no repretório. As mais novas acabaram sendo Cyanide e All Nightmare Long, ambas de Death Magnetic, último registro do grupo lançado em 2008.
E daí pra frente só clássicos foram aceitos no repertório. Primeiro veio Sad But True do Black Album lançado em 1991, álbum que catapultou a banda ao estrelato e marcou o início da parceria de mais de 10 anos com o produtor Bob Rock. Em seguida Welcome Home (Sanitarium) do terceiro disco, Masters Of Puppets, de 1986.
Em seguida mais uma do mesmo álbum, a instrumental Orion. A faixa serve como um tributo do Metallica a Cliff Burton: o ex-baixista da banda é um dos autores da música. Burton morreu em um acidente com o ônibus da banda durante uma turnê pela Suécia em 1987. "Em nossos corações, senhor Cliff Burton", declarou Hetfield ao final.
Para reconquistar a atenção da plateia que se distraiu durante a música e aproveitou para visitar o bar ou o banheiro, o Metallica aposto no certo. A gravação com sons de gritos, helicópteros, explosões e disparos de metralhadoras só podia significar uma coisa: One.
A música é hino absoluto de ...And Justice For All de 1988. Foi com esse disco na bagagem que o Metallica desembarcou no Brasil pela primeira vez em 1989. Nos telões do palco a transmissão passou a ser em preto e branco durante toda a música. A mudança dá à transmissão um efeito similar ao clipe da canção, a primeira da banda a ganhar um vídeo de estúdio.
Mais clássicos pediram passagem e a banda abriu caminho para distribuir na sequência a faixa-título de Master of Puppets e Blackned, primeira música do quarto disco, Justice - esta com direitos a mais pirotecnias e explosões no palco.
Antes do último respiro do primeiro bloco do show, que veio com Nothing Else Matters, baladinha melosa deBlack Album, a banda ainda encontrou alguns minutos para Kirk Hammett fazer um breve solo com direito até a acordes incidentais de Samba de Uma Nota Só de Tom Jobim.
E foi só, porque logo em seguida a banda se despediu do palco com Enter Sandman, talvez a música mais popular do Metallica, lançada em 1991 no mesmo disco. O marcante riff foi nasceu das mãos de Hammett em um quarto de hotel numa madrugada de insônia.
O intervalo de suspense foi curto e a banda voltou para um bis com mais três canções. Nesta turnê, o bis guarda sempre duas surpresas: qual será o cover da noite, que pode ir de Queen a Motörhead; e qual música do primeiro álbum Kill'em All será executada. Nesta noite foram Am I Evil? do Diamond Head, e Whiplash do álbum de estreia de 1983.
Rock in Rio 4
Considerado um dos maiores festivais do mundo, o Rock in Rio cresceu, deixou o Brasil, mas retornou ao País em 2011 em sua quarta edição.
A festa da música começou na sexta-feira (23) com nomes renomados da música pop.
No Palco Mundo, cantaram Claudia Leitte, Katy Perry, Elton John e Rihanna. No sábado (24), foi o rock pop de NX Zero, Stone Sour, Capital Inicial, Snow Patrol e do Red Hot Chili Peppers que agitou o público.Fechando o primeiro fim de semana do Rock in Rio 4, muito metal e peso com Glória, Coheed and Cambria, Motörhead, Slipknot e Metallica, no domingo (25).
A segunda bateria de shows começa com clima dançante e muito soul de Janelle Monáe, Kesha, Jamiroquai e o veterano Stevie Wonder, na quinta-feira (29). O pop novamente é convocado na sexta-feira (30) ao som de Ivete Sangalo, Lenny Kravitz e Shakira.
No sábado (1/10), o Maná, Maroon 5 e o Coldplay se revezam com os brasileiros do Skank e o cantor Frejat no palco mundo. A despedida do Rock in Rio 4 fica com Pitty, Evanescence, System of a Down e Guns N´Roses.