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Palestra de Bolsonaro no clube Hebraica causa indignação de membros judeus no Rio

Ele também afirmou que, se depender dele, "todo mundo terá uma arma de fogo em casa".

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As declarações polêmicas de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), deputado federal e cotado para disputar a Presidência da República em 2018, durante palestra no clube Hebraica, zona sul do Rio de Janeiro, na noite desta segunda-feira (3), provocaram indignação e revolta de membros da comunidade judaica do estado. 

Bolsonaro disse, entre outros discursos de ordem racista e fascista, que afrodescendentes de comunidades quilombolas "não servem nem para procriar".

O deputado prometeu que irá acabar com todas as reservas indígenas e comunidades quilombolas do país caso seja eleito em 2018. Ele também afirmou que irá terminar com o financiamento público para ONGs e disse que, se depender dele, "todo mundo terá uma arma de fogo em casa".

Aproximadamente 150 pessoas fizeram protesto na porta do clube, enquanto Bolsonaro discursava durante uma hora, a convite do Hebraica do Rio. O convite surgiu mês passado, pouco depois de o deputado ter sua palestra na sede paulista da Hebraica cancelada devido ao abaixo assinado com mais de 2.600 assinaturas da comunidade judaica contra o evento. 

Entre cartazes e palavras de ordem, manifestantes gritaram nomes de judeus mortos na ditadura, como o jornalista Vladimir Herzog e a psicóloga Iara Iavelberg.

Apesar da indignação, Bolsonaro manteve o discurso polêmico e agressivo."O pessoal aí embaixo (manifestantes) eu chamo de cérebro de ovo cozido. Não adianta botar a galinha, porque não vai sair pinto nenhum. Não sai nada daquele pessoal", desdenhou enquanto era aplaudido no auditório lotado por cerca de 300 pessoas. 

Além de críticas ao governo de Lula e Dilma, PSDB e o próprio partido, o presidenciável não poupou sequer os refugiados. "Não podemos abrir as portas para todo mundo", disse. Mas não se mostrou avesso a todos os estrangeiros. "Alguém já viu algum japonês pedindo esmola? É uma raça que tem vergonha na cara!"

E declarou que não se acha um bom nome para presidir o Brasil. "Eu não sou bom, não. Mas os outros são muito ruins. Me esculacham tanto e mesmo assim eu continuo subindo nas pesquisas", ironizou.