ASSINE
search button

Justiça aceita denúncia contra acusados de queda da ciclovia Tim Maia

Compartilhar

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) contra 14 pessoas pela queda de trecho da Ciclovia Tim Maia. A decisão é do juiz Marcelo Oliveira da Silva, da 32ª Vara Criminal da Capital. A notícia foi publicada na noite desta quarta-feira (13) na página do Tribunal de Justiça (TJ) na  internet.

O incidente ocorreu no dia 21 de abril deste ano, deixando dois mortos: Eduardo Marinho Albuquerque, 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, 60 anos.

Os réus são Fábio Lessa Rigueira, Juliano de Lima, Geraldo Baptista Filho, Marcus Bergman, Élcio Romão Ribeiro, Ernesto Ferreira Mejido e Fabio Soares de Lima, da Empresa GeoRio; e Ioannis Saliveros Neto, Marcelo José Ferreira de Carvalho, Jorge Alberto Schneider, Fabrício Rocha Souza, Neu Araújo Lima, Luiz Edmundo Andrade Pereira e Claudio Gomes de Castilho Ribeiro, do Consórcio Concremat/Concrejato.

Os acusados vão responder por homicídio culposo (sem intenção de matar), duas vezes. Em relação ao coordenador técnico da Subsecretaria Municipal de Defesa Civil, Luís André Moreira Alves, o magistrado acolheu parecer do MP e arquivou a denúncia contra ele por não ter prova de que o indiciado pudesse ter previsibilidade do acidente.

Ministério Público denunciou 14 pessoas por homicídio culposo

O Ministério Público do Rio denunciou na terça-feira (12) 14 pessoas por homicídio culposo na queda de trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, em São Conrado. 

Os denunciados são Marcus Bergmam, Juliano de Lima e Geraldo Baptista Filho (engenheiros autores do projeto básico da ciclovia); os engenheiros Fábio Lessa Rigueira, Ernesto Ferreira Mejido e Fábio Soares de Lima (responsáveis pela fiscalização da obra pela Geo-Rio); o geólogo Élcio Romão; os engenheiros Marcello José Ferreira de Carvalho, Ionnis Saliveiros Neto, Jorge Aleberto Schneider e Fabrício Rocha Souza (do consórcio Contemat/Concrejato); Cláudio Gomes de Castilho Ribeiro e o projetista Nei Araújo Lima (da Engemolt Engenharia, que construiu os pilares); e o engenheiro Luiz Edmundo Andrade Pereira (da Premag, que construiu a pista que caiu).

>> Veja o vídeo do momento da queda da ciclovia na Avenida Niemeyer

>> Conselheiro do Crea aponta erro de projeto na ciclovia

Embora sejam responsáveis diretos pela tragédia, Prefeitura e executivos das empreiteiras envolvidas na queda da ciclovia não foram denunciados pelo MP.

O relatório da investigação aponta que "não foi cogitada a incidência de ondas nos tabuleiros da ciclovia, não tendo havido uma reunião para o estudo desta incidência" e acrescenta que a "negligência" consistiu no fato de que "não previram o que era previsível".

“As provas analisadas destacam a inobservância do dever de cuidado dos envolvidos na realização dos projetos básico, executor e fiscalizador. A negligência dos envolvidos nas mortes ficou caracterizada porque não previram o que era previsível — culpa consciente —, isto é, que ondas raras pudessem produzir jatos de reflexão e atingir o tabuleiro da ciclovia. Conclui-se então que a imprudência dos envolvidos foi a causa da morte das duas vítimas (...) A morte das duas vítimas é um desdobramento causal atribuível à conduta imprudente e negligente dos indiciados".

Com Agência Brasil