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Reforço no Centro poderia ser feito por guardas municipais, diz sindicato

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O patrulhamento nas ruas do Centro deveria ser feito pelos aprovados no concurso da Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GM-Rio), e não por agentes civis e policiais militares da chamada Segurança Presente. Essa é a conclusão de quem passou no concurso e do Sindicato dos Servidores do Rio de Janeiro (Sisep-Rio). 

Projeto, em atividade na Lapa, Aterro, Lagoa e Méier, terá investimento anual de R$ 47 milhões. De acordo com o diretor jurídico da entidade, Frederico Sanches, o efetivo da Guarda junto com os aprovados no concurso da GM-Rio é suficiente para reforçar o policiamento na cidade e não teriam um custo alto.

“O prefeito Eduardo Paes virou as costas para os guardas e os aprovados, além de não obedecer a Lei 13022 que assegura o porte de arma”, pontua o diretor jurídico, que recebeu relatos de aprovados.

Despejados de casa

Os aprovados do concurso de 2012 não foram chamados até hoje para as mais de 2 mil vagas abertas pela GM-Rio. No fim de 2014, a GM-Rio convocou 370 aprovados para a penúltima etapa, e desde então não receberam mais notícias da corporação.

Durante a festa dos 450 anos da cidade, os aprovados reivindicaram a conclusão das etapas, receberam a promessa do subsecretário de operações de Ordem Pública, Marcelo Maywald, de que seriam recebidos por ele para conversar sobre o assunto, mas nunca tiveram esse encontro.

Um dos aprovados no processo seletivo, Leonardo Damião disse que parte das pessoas que passou na prova enfrentam dificuldade financeira porque não conseguem emprego. "Alguns estão sendo despejados das próprias casas", contou Damião.

“Todos os que foram aprovados tinham a expectativa de que seriam chamados e alguns chegaram a deixar os empregos para isso”, disse o diretor jurídico do Sisep-Rio, Frederico Sanches.

Os candidatos têm se mobilizado pelas redes sociais e participado de atos públicos para cobrar agilidade no processo de admissão, na expectativa pela convocação para o curso de formação.

Falta de treinamento

A Operação Segurança Presente é uma parceria entre o governo do estado e a Federação do Comércio do Estado do Rio (Fecomércio). Os investimentos são divididos igualmente entre os empresários e a prefeitura. O objetivo da iniciativa é aumentar a vigilância ostensiva, intimidando a prática de crimes.

De acordo com o diretor do Sisep, um dos problemas do programa é a falta de formação de jovens egressos das Forças Armadas. “Eles não são treinados para o policiamento, além de não ter uma corregedoria”.

Os PMs estarão com armas de fogo e os civis terão porte de pistola de choque (teser) e spray de pimenta. Os agentes civis são jovens que cumpriram o serviço militar obrigatório nas Forças Armadas e foram recrutados através de um convênio com o Comando Militar do Leste.

A GM-Rio tem um efetivo atual de cerca de 7,5 mil guardas. Segundo o órgão, a remuneração inicial é de R$ 2 mil, composto de R$ 1.200 de salário-base, mais R$ 600 de adicional de risco e R$ 200 de adicional de assiduidade. Há ainda acréscimo de R$ 132 de auxílio-transporte.