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TCM: obra de ciclovia que desabou tinha "inúmeras irregularidades"

Presidente do órgão disse, no entanto, que ancoragem de plataforma não foi verificada

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O presidente do Tribunal de Contas do Município, Thiers Montebello, disse, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (25), que o órgão encontrou "inúmeras impropriedades e irregularidades" nas obras da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, nas vistorias realizadas nos últimos meses. Na última quinta-feira (21), um trecho da ciclovia desabou.

"Foram identificadas inúmeras impropriedades e irregularidades, mas nenhuma de natureza estrutural. As recomendações dizem respeito à construção propriamente dita, e não à infraestrutura. Casos como afastamento na colocação de piso, com espaço no próprio tabuleiro maior do que devia, podendo gerar um risco, por exemplo, mas nada que comprometesse a estrutura da obra foi constatado", afirmou Montebello, que admitiu que o TCM não determinou mudanças estruturais.

O presidente disse, também, que em nenhum momento o órgão determinou que a empreiteira deveria tirar ou deixar de colocar a ancoragem, o chumbamento do tabuleiro na base. Segundo Montebello, "isso é uma questão de projeto, e o tribunal não tem a ver com projeto".

"Com relação ao projeto, que trata da estrutura, este edital de licitação passou pelo tribunal. Foram feitas de três a quatro diligências, (foram) 10 meses nesse vai e vem. Em nenhum momento, o tribunal falou que tinha que tirar ou deixar de colocar a ancoragem, este chumbamento da ciclovia. Desafio qualquer um a mostrar isso nos relatórios", afirmou o presidente do TCM, aludindo às declarações do prefeito Eduardo Paes de que todos os questionamentos feitos pelo órgão foram esclarecidos pela Prefeitura durante a obra.

Segundo Montebello, trincas e rachaduras foram identificadas na ciclovia durante a visita das obras, mas que o projeto foi sendo alterado conforme o tribunal ia fazendo as recomendações. "Na terceira diligência para a quarta, houve uma alteração substancial do projeto. Mais de 30 itens foram identificados ao longo do exame, então houve um acerto no projeto, que ficou mais adequado e foi aprovado".

Sem esclarecer que mudanças foram recomendadas e acolhidas pela empreiteira e pela Prefeitura, Montebello também foi questionado pelos jornalistas se a ancoragem da plataforma foi verificada pelo órgão. Ele negou que o tribunal tenha feito essa vistoria.

"Houve inúmeras mudanças no projeto, mudanças significativamente grandes. Então, isso não chegou a ser examinado pelo tribunal. Estas trincas e rachaduras que foram identificadas foram vistas em visitas de obras. Esta parte não, este projeto foi muito alterado", argumentou o presidente do TCM.

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