Uma 'ação desastrosa'. Esta foi a avaliação do secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, da abordagem feita por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que resultou na morte do mototaxista Diego da Costa Algarve, de 22 anos, na Vila Cruzeiro, na Zona Norte da cidade, neste domingo (8/2). A declaração de Beltrame, nesta segunda (9), aconteceu após um grupo de moradores e mototaxistas revoltados atearam fogo em pedaços de madeira e o clima ficar tenso na comunidade desde a morte do jovem.
"Qualquer academia de polícia do mundo diz que o policial só deve atirar quando estiver com a vida em risco ou a vida de terceiros . Mas tudo isso será visto pelo inquérito policial. Se tiver que punir, vamos punir", garantiu o secretário. Beltrame disse ainda que o treinamento dos PMs que atuam em comunidades está passando por reformulação e uma nova turma deve ser aberta em breve.
Um vídeo amador gravado durante o tumulto mostra moradores indignados com a violência contra Diego e algumas testemunhas acusam um policial de ter atirado no rapaz. A família do mototaxista afirma que ele estava retornando de uma festa quando foi abordado pelos PMs.
Policiais da Divisão de Homicídios foram à favela para fazer a perícia neste domingo (8). Revoltados, moradores atearam fogo em objetos, segundo relatos em redes sociais, e a polícia usou bomba de efeito moral para dispersar a confusão. Houve mais tumulto durante a retirada do corpo do local, quando mototaxistas e moradores jogaram pedras na PM. Com carro blindado e motocicletas, policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) deram reforço ao patrulhamento da UPP.
Diego teria sido baleado nas costas após não obedecer à ordem de um policial para parar a sua moto. Uma primeira nota da Coordenadoria das UPPs informa que a corporação irá abrir um inquérito para investigar o caso.