O governador do Rio de Janeiro e candidato a reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), voltou a defender, na manhã deste sábado (27), seu enteado, o advogado Roberto Horta, cujo escritório atende empreiteiras com contratos com o Estado, como a Delta Construções. A informação foi publicada no site da revista "Veja", nesta sexta-feira.
Segundo a matéria, 70% do faturamento do escritório Horta & Jardim Associados, especializado em causas trabalhistas, vêm de concessionárias de serviços públicos ou de fornecedores do Estado.
"Não é isso. Ele prestou serviços, mas 70% do movimento não é dessas empresas. Foram muitos poucos contratos. O escritório abriu todos os contratos, mas a revista não foi lá ver. Ele prestou serviço até 2011, para uma ou outra, até 2012. São ações trabalhistas e não tem nenhuma contra o governo do Estado", disse Pezão, durante evento de campanha.
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Na noite de sexta (26), ao chegar para o debate entre candidatos ao governo na rede Record, Pezão já havia dito que não há irregularidade no fato de Horta advogar para empresas com contratos governamentais. "Ele é um profissional bem sucedido, mesmo a OAB não tem nenhum código, nenhuma lei que proíba dele prestar serviços que não sejam em ação contra o Estado. Ele é um profissional bem-sucedido e eu fico muito feliz com a carreira dele", disse o governador na ocasião.
Além da construtora Delta, do empresário Fernando Cavendish, que administra obras como a do Arco Metropolitano e a reforma do Maracanã, o escritório de Horta trabalha, segundo a "Veja", para a JRO Pavimentação, que tem contratos para obras na região do município de Piraí, onde Pezão foi prefeito entre 2000 e 2004, e para a Light. Esta última responde, de acordo com a reportagem, por 54% do total de R$ 1 milhão faturado pelo escritório.
A justificativa do tráfico de influência
O candidato Pezão justifica o tráfico de influência de seu enteado, dizendo que tem muito orgulho dele, porque é um profissional liberal muito bem preparado e bem sucedido.
Profissionais reconhecidos da mesma área trabalhista, autores de livros, não tiveram a mesma sorte de encontrar contratos milionários que, por coincidência, esse jovem advogado de 33 anos, formado há menos de uma década, conseguiu amealhar. Mais coincidência ainda é a construtora Delta, cliente do enteado de Pezão, se encontrar envolvida até o pescoço em vários escândalos no estado.