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Após duras críticas, Lindberg Farias e Romário acertam uma 'relação amistosa' 

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A reunião que aconteceria nesta quarta-feira (16/7) entre o presidente do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro (PT-RJ), Washington Quaquá, e o ex-jogador de futebol e deputado federal Romário (PSB-RJ), para estabelecer regras na relação de Romário com o partido na sua campanha para o Senado, foi adiada para esta quinta (17). "Nos desencontramos. Enquanto eu viajava para Brasília, Romário estava indo para o Rio", justificou Quaquá. O presidente do PT-RJ disse que na terça-feira passada (15), Romário teve um encontro amistoso com o candidato do PT ao Governo do Rio, Lindberg Farias, após o ex-jogador fazer duros ataques ao PT e à presidente Dilma Rousseff.    

Em entrevista ao Jornal do Brasil, Quaquá adiantou a pauta da reunião com Romário: "Vamos propor um pacto de respeito", afirmou. Segundo Quaquá, na reunião com Lindberg ficou acertado que cada um vai tocar a sua campanha no apoio à Presidência da República, sem qualquer agressão mútua. O presidente do PT-RJ estava se referindo às ultimas entrevistas de Romário, quando ele anunciou o seu apoio ao candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB/PE) e também fez críticas pesadas ao governo de Dilma Rousseff. "A nossa intenção com esse pacto [de respeito] é evitar problemas com os nossos coligados. O PT do Rio vai entrar na campanha de Romário para senador com vontade, nosso relacionamento está bom e não queremos que nada venha estremecer isso", ressaltou Quaquá.

No início desta semana, a equipe de campanha eleitoral de Romário distribuiu folhetos com a imagem do deputado sem citar qualquer parceria com o PT ou Lindberg Farias. Quaquá considerou normal o episódio e acredita que um novo material em que os dois candidatos, ao Senado e ao Governo do Rio, tenham as suas imagens veiculadas lado a lado. "É normal os candidatos produzirem dois tipos de material, com o candidato sozinho e outro com o candidato e seus parceiros. Com certeza o Lindberg terá esses dois tipos de divulgação, faz parte da campanha", explicou Quaquá.

A executiva estadual do PT-RJ aprovou no dia 20 de junho, durante a sua convenção no diretório do partido, o apoio à candidatura de Romário ao Senado nas eleições de outubro. Assim, os petistas garantiram o acréscimo de cerca de um minuto e trinta segundos na propaganda de TV, somando um total de cinco minutos e trinta segundos. Após a oficialização da parceira, Romário anunciou o seu apoio ao candidato à Presidência da República Eduardo Campos e postou nas redes sociais comentários direcionados ao governo da candidata à reeleição pelo PT à Presidência, Dilma Rousseff, com duras críticas, o que provocou um claro desconforto e descontentamento dos petistas. 

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Ataques ao PT e à Dilma Rousseff

Em uma foto publicada no Instagram, Romário aparece ao lado de Campos durante o jogo entre Brasil e México, na Copa do Mundo, tão criticada pelo deputado. "É, galera! Torcemos muito, mas, infelizmente, o resultado foi ruim para nós. Assisti ao jogo com o presidente nacional do meu partido, Eduardo Campos. Aproveitamos para conversar sobre política nacional e sobre o cenário político do Rio de Janeiro. Política e futebol, duas paixões nacionais. Neste encontro, como não poderia ser diferente, o presidente ratificou minha candidatura ao senado! Durante a semana, teremos novidades no PSB-RJ", escreveu Romário.

Crítico ferrenho do PT, Romário teve que lidar com as alfinetadas que sofreu após se aliar ao partido. Em resposta, o candidato ao Senado publicou um texto no Facebook. "Galera, estou recebendo muitas críticas pela coligação que o PSB fechou no Rio de Janeiro com os partidos PT, PCdoB e PV, os quatro maiores partidos de esquerda do estado. Muitos acreditam que minha campanha para o Senado deveria ser independente, mas na política ninguém caminha sozinho. Eu faço parte de um partido e a decisão foi majoritária. Quanto a mim, o que garanto é que meu posicionamento sobre o cenário político nacional e estadual continuará o mesmo, combatendo e denunciando as irregularidades independente da coligação", escreveu na publicação. 

Em entrevista ao Extra, Romário deixou claro mais uma vez sua posição em relação ao cenário político nacional. "O governo dela [Dilma Rousseff] é o passado. O que a Dilma fez? Nada. Só criou mais ministérios, deu mais cabide de empregos, mais oportunidades para políticos enriquecerem e roubarem", declarou. Na mesma entrevista, Romário rechaçou a possibilidade de subir ao palanque com a presidente. "Jamais. De forma alguma. Se eu subir no palanque em que ela estiver, pode me tirar, pois estarei de camisa de força. Não quero nada com o PT nacional. O PT nacional tem que deixar o poder. Está na hora de sair. Não existe a mínima possibilidade de eu apoiar o PT. Tem que sair logo do governo. Se tem algum deputado do PT que não concorde comigo, é problema dele. Só lamento. Eles sabem que não tem como eu mudar. Sou assim", disse ao jornal Extra.

Em sua publicação no Facebook, Romário pediu ainda "um voto de confiança" aos eleitores. "Meu mandato como deputado federal continua e vocês terão a oportunidade de comprovar o que estou dizendo na prática. No entanto, eu entendo e respeito o posicionamento de vocês. Acreditem, se eu estivesse de fora, teria a mesma opinião. Mas peço um voto de confiança com o crédito de tudo que já fiz até aqui e que, com certeza, continuarei fazendo. Para finalizar, críticas bem fundamentadas e cordiais terão sempre o meu respeito. Diferente disso, terão resposta a altura", publicou.

No dia 17 de junho, uma pesquisa recomendada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), mostrou que Romário aparece em segundo lugar nas intenções de voto ao Senado, logo atrás de Sérgio Cabral (PMDB). O ex-jogador contabilizou 22% contra 26% do ex-governador do Rio. Romário já declarou também que não descarta a possibilidade de, futuramente, se candidatar à prefeitura.