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Educação, saúde, transporte e segurança decidem greve nesta semana

Profissionais da educação, transporte, segurança e saúde terão semana decisiva e negociações

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As manifestações de junho de 2013 deram início ao que parece culminar a três semanas do início da Copa do Mundo no Brasil. Temas que levaram milhões de brasileiros as ruas em manifestações, essa semana voltam ao centro das discussões pelas diversas categorias de profissionais que ameaçam entrar em greve no Rio de Janeiro. Muitos serviços podem não funcionar durante o Mundial. Trabalhadores da educação, transporte, segurança e saúde vão se reunir essa semana com os governos municipal e estadual e devem definir em assembleias os rumos das greves.

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As definições quanto o funcionamento de serviços essenciais, como o transporte público, por exemplo, já começam nesta terça-feira (27). O grupo de rodoviários dissidentes do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano (Sintraturb) vai se reunir às 16 horas, na Candelária, no Centro da cidade. A categoria vai decidir se haverá nova paralisação, mediante os resultados da assembleia que vai acontecer às 14h, no Ministério Público do Trabalho (MPT). Os trabalhadores não descartam substituir a greve pelo movimento "catacra livre", liberando a entrada dos passageiros nos coletivos sem pagar a tarifa.

A negociação entre o sindicato dos rodoviários e das empresa não agradou a todos os profissionais. O acordo concedeu reajuste salarial de 10% e aumento do vale-alimentação de R$ 120 para R$ 150 com desconto de R$ 10. No entanto, a comissão de greve reivindica um reajuste salarial de 40% e vale-alimentação no valor de R$ 400, além do fim da dupla função do motorista, que também é cobrador, em algumas empresas.

A terça-feira (27) também será um dia de decisões para os profissionais da saúde. Os servidores estaduais vão realizar no Centro um ato público seguido de assembleia. A classe já está sob indicativo de greve. O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Rio de Janeiro (Sindsprev), informou que os profissionais querem reajuste, incorporação de gratificações, plano de carreira e melhor condição de trabalho.

Nesta segunda-feira (26), os servidores federais da saúde anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado. O Sindsprev explicou que cada unidade terá assembleias próprias para definir o rumo da greve. A paralisação afetou o atendimento no Instituto Nacional do Câncer (Inca) e no Hospital Federal dos Servidores do Estado, no Centro. Além deles, também sentiram os efeitos da greve o Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, na Zona Sul, e o Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, Zona Oeste.  

Na área da educação, os professores da rede municipal do Rio vão se reunir nesta quarta-feira (28/5) com representantes da prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação (SME) numa nova rodada de negociações para a categoria. A greve unificada por tempo indeterminado da classe foi definida no dia 23 de maio, em uma assembleia com os profissionais da rede pública. Novo encontro dos profissionais vai acontecer na sexta-feira (30) para discutir as novas propostas que o governo deve apresentar e decidir os rumos da greve.   

Na chegada dos jogadores que atuam no exterior para a Copa do Mundo, nesta segunda-feira (26), um grupo de professores grevistas fizeram uma manifestação no hotel que fica no Aeroporto Internacional, onde os esportistas se reuniram. Com faixas e cartazes, pediram mais verba para a educação. Eles chegaram a cercar o ônibus onde os jogadores da Seleção estavam e interditaram uma das vias de saída do hotel, houve uma correria e os policiais tentaram dispersar os grevistas. 

Segundo o coordenador-geral do Sindicato Estadual de Profissionais de Educação (Sepe), Alex Trentino, a adesão à greve é de 55% no município e de 30% nas unidades do estado. Já as secretarias municipal e estadual de Educação informam que os professores paralisados não passam de 0,2%. A paralisação também atinge o funcionamento do Colégio Pedro II. Segundo Marta Moraes, da Comissão de Greve do Sepe-RJ, os professores revindicam o cumprimento dos acordos estabelecidos durante a última paralisação, que durou 70 dias. A categoria alega que ainda não há 1/3 de atividades extra-classe, não houve redução de 40 para 30 horas semanais, controle quantitativo dos alunos, nem revisão da matriz curricular. Além disso, eles reclamam da diferença salarial entre professores da rede municipal, que estariam recebendo entre 18 e 25 reais por hora/aula. 

E a população também deve continuar sem o atendimento de inúmeras agências bancárias no Rio. Há quase um mês em greve, os vigilantes bancários devem manter a paralisação da categoria, que reivindica melhores salários e condições de trabalho. Na sexta-feira passada (23) uma audiência marcada entre o sindicato da categoria e a entidade patronal não pode ser realizada. Os representantes da entidade patronal não compareceram. Com a greve dos vigilantes, as agências bancárias estão funcionando apenas para operações que não exijam transação em espécie.

Os policiais civis também ameaçaram entrar em greve. Na sexta-feira (23), o governador do Rio Luiz Fernando Pezão, garantiu à categoria que vai encaminhar ao Legislativo o Projeto de Lei (PL) que vai indicar a incorporação da gratificação de R$ 850 ao salário-base dos policiais. Isso deve acontecer até o dia 12 de junho, de acordo com o governo. O Sindicato dos Policiais Civis informou que a classe não fará novas paralisações até a data estabelecida por Pezão.

O Ministério Público Federal no Rio instaurou procedimento administrativo para investigar a denúncia sobre uma possível greve dos Policiais Militares, no dia 15 de junho. A paralisação estaria sendo organizada por um grupo através de um aplicativo de mensagens instantâneas.

Inca garante que atendimento segue normal

A assessoria de Comunicação do Instituto Nacional de Câncer (Inca) garantiu nesta quarta-feira (28/5) que o atendimento na unidade está normal, mesmo com a greve dos rodoviários. Em nota, o Inca diz que todos os procedimentos oferecidos pela instituição estão mantidos nas cinco unidades hospitalares, incluindo serviços de pronto atendimento, consultas ambulatoriais e de pacientes internados e procedimentos diagnósticos e terapêuticos, que inclui cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

O comunicado destaca ainda que no período em que houve greve, o Inca continuou funcionando normalmente, de acordo com determinação da Justiça brasileira.