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Delegado diz que foto com marca de tiro é de quando o corpo foi encontrado

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O delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª Delegacia de Polícia (DP) em Ipanema, afirmou nesta sexta-feira (25) que a foto do corpo do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, obtida pelo jornal Extra, corresponde ao momento em que ele foi encontrado pelos policiais, na madrugada de terça-feira (22), na comunidade Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio. Na imagem, a camisa de Douglas tem uma mancha semelhante à de um tiro, o que ficou confirmado pela perícia do Instituto Médico-Legal, mas não foi constatado pelos peritos que visitaram o local onde o corpo foi encontrado.

"Essa foto, que foi divulgada hoje, é a foto da posição em que ele foi encontrado. A outra foto, que não foi fornecida pela polícia, tinha sido de um momento em que ele já tinha sido retirado para a complementação da perícia de local", disse o delegado, que comentou o fato de os peritos não terem identificado o tiro que causou a morte de Douglas: "A marca de tiro é muito clara para quem já sabe o resultado, mas não para quem encontra a pessoa com várias lesões (...) Eu não tenho como responder pelo perito. Estou tentando fazer uma interpretação do que ele viu ali. Imagino que ele não tenha tido condições de afirmar que aquilo era um orifício de projétil de arma de fogo".

O delegado afirmou ainda que não se trata de um erro da perícia: "Não se pode atribuir erro, porque os laudos periciais se complementam. O objetivo da perícia de local não é exclusivamente apontar a causa da morte. Quem vai apontá-la é a necrópsia. A perícia de local vai procurar informar a eventual dinâmica dentro do local em que o corpo foi encontrado".

Informando que ainda está em fase de coleta de provas, Gilberto Ribeiro informou que o último dos nove policiais militares possivelmente envolvidos no caso foi ouvido hoje. O depoimento dele, até o momento desta entrevista, não havia trazido novidades: "O depoimento é uniforme em relação aos demais. Não é isso que vai viabilizar a conclusão da investigação, mas é um dos pontos necessários para que se termine. Eles afirmam que participaram de um enfrentamento e que efetuaram disparos, mas o importante é a gente conseguir determinar em que momento esse disparo foi efetuado e atingiu o Douglas".

Sobre as acusações da mãe da vítima, Maria de Fátima Silva, de que o filho teria sido torturado, ele pondera que não há indícios até o momento que possam sustentar tal versão: "A mãe pode dizer o que ela bem entender. Eu falo o que eu apurar. Estou em um momento de coleta de provas, não digo o que é ou o que não é. O fato concreto é que não existe essa versão de tortura em um primeiro momento, porque as lesões não são compatíveis com agressão. São compatíveis com queda", diz ele, que afirma que pediu a Maria de Fátima que indicasse testemunhas, mas ela não teria recomendado nenhuma.

O delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, esteve na 13ª DP e disse que a DH vai ajudar nas investigações. Mas, segundo o delegado Gilberto, o caso não será transferido de sua delegacia para a especializada.