A primeira audiência que determinará se Caio Silva e Fábio Raposo, réus que respondem pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, irão a juri popular, foi realizada nesta sexta-feira (25/4). Dezessete testemunhas estão sendo ouvidas pela 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, sendo oito de acusação e nove de defesa. Até às 17h30, horário que terminou a audiência, quatro testemunhas de acusação prestaram depoimento.
Devido ao grande número de testemunhas, essa não será a única audiência, podendo haver, pelo menos, mais duas. Na última audiência, os réus serão interrogados e o Ministério Público e os advogados de defesa apresentarão as suas considerações finais. Terminadas as audiências, o juíz responsável pelo caso, Murilo Kieling, determinará se Caio e Fábio serão levados a juri popular. Os jovens respondem por crime de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado, tendo como fatores agravantes, motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima.
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Entre as testemunhas que prestaram depoimento, está o delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão). O testemunho do delegado corroborou para a tese da defesa, que pediu a revogação da prisão preventiva, já que a dupla colaborou com as investigações. Contudo, o pedido foi negado pelo juiz.
Santiago Andrade era cinegrafista da TV Bandeirantes e morreu no dia 10 de fevereiro, após ser atingindo por um rojão na cabeça. Na ocasião, Santiago fazia a cobertura de uma manifestação contra o aumento das passagens, próximo a Central do Brasil. Após ser ferido, ele permaneceu quatro dias internado e não resistiu aos ferimentos. Dias antes da morte do cinegrafista, Fábio Raposo se entregou à polícia e declarou que teria repassado o rojão a um rapaz. No dia da morte do cinegrafista, a prisão de Caio foi decretada e, dois dias depois, ele foi encontrado em Feira de Santana (BA), onde recebeu voz de prisão e foi transferido para o Rio.