O delegado titular da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, entrega nesta sexta-feira, na 8ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público, o inquérito que investigou a morte do cinegrafista Santiago Andrade. O delegado representou ainda para que as prisões de Fabio Raposo e Caio Silva de Souza sejam convertidas de temporária para preventiva.
O advogado dos acusados de terem atingido o cinegrafista da TV Bandeirantes com um rojão na semana passada disse, na quinta-feira, que poderá deixar o caso se os depoimentos de Caio de Souza e Fábio Raposo sejam conflitantes. Jonas Tadeu disse que ficou surpreso ao saber de um depoimento que Caio teria dado, sem a sua presença, já no Complexo de Gericinó, no qual alega que o artefato explosivo tenha sido aceso pelo tatuador Fábio Raposo.
“Fiquei afastado o dia inteiro, por questões até mesmo de cansaço físico e saúde. Eu não tomei nenhum conhecimento de depoimento, nem a autoridade policial comunicou que iria coletar depoimento”, disse. Segundo publicou o Jornal Extra, Caio Silva de Souza, apontado como o homem que acendeu o rojão que matou Santiago, prestou depoimento a policiais da 17ª DP e a agentes da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).
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Segundo o jornal, Caio disse no depoimento que Fábio o atiçou para disparar o rojão, dizendo “Solta, solta...”, no momento em que entregou a ele o artefato e que o tatuador disse ainda “acende aí”. Porém, segundo a versão de Caio, quem acendeu o explosivo foi o próprio Fábio. Caio teria apenas segurado o artefato e o colocado no chão já aceso.
Ao saber do teor do depoimento, o advogado Jonas Tadeu disse que teria que largar o caso se fosse confirmado esse confronto de versões. “Se houver uma colisão, aí é claro que não pode haver uma única defesa. Eu vou ter que pensar como eu vou fazer em relação a este caso”, disse.
O advogado disse que iria se reunir com seus dois clientes e definiria como prosseguiria com a defesa. Questionado se ele iria escolher entre um dos dois clientes, Tadeu falou que optaria por não escolher. “Por uma questão de ética, como eu comecei com os dois, eu não iria optar nem por um nem por outro (...). Como os dois detêm a minha simpatia e o meu querer bem, eu não escolheria um dos dois, nunca”, disse.
Jonas Tadeu ainda disse que chegou ao caso por causa de dois estagiários, que seriam amigos de infância de Fábio. “O Fábio é amigo de infância de dois estagiários do meu escritório. Eu já conhecia o Fábio, porque ele é skatista e, às vezes, o escritório patrocinava esses garotos. Os meninos trouxeram ele pra mim e eu comecei a defesa”, falou.
Com Portal Terra