ASSINE
search button

Rolezinho: polícia só agirá se houver vandalismo

Compartilhar

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira que os encontros de jovens chamados de ‘rolezinhos’ não são crime e que, por isso, a polícia não fará a segurança no Shopping Leblon no domingo, quando está agendado, pelas redes sociais, um evento desse tipo no local. 

Segundo a secretaria, a proteção do shopping e dos demais locais privados onde forem agendados os 'rolezinhos' deve ser feita pela segurança do próprio estabelecimento. Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança, a PM só deve ser acionada caso haja algum tipo de vandalismo ou outro crime. 

Depois da mobilização pelas redes sociais de internautas convocando participantes para o 'rolezinho' no Shopping Leblon, na Zona Sul do Rio, no próximo domingo, a administração do shopping informou estar tomando "medidas cabíveis para garantir a segurança aos seus lojistas, consumidores e funcionários", sem contudo adiantar quais medidas seriam estas.

Em São Paulo, onde 'rolezinhos'  já causaram polêmica, shoppings conseguiram liminares na Justiça impedindo o ato, medida que tem causado grande repercussão. Os organizadores definem os encontros como um "grito por lazer" e negam qualquer intenção ilegal.

A convocação para o ato no Shopping Leblon já conta com mais de 5 mil confirmações. "Em apoio à galera de São Paulo, contra toda forma de opressão e discriminação aos pobres e negros, em especial contra a brutal e covarde ação diária da polícia militar no Brasil, seja nos shoppings, nas praias ou nas periferias", diz o texto de convocação na página "Rolezinho no Shopping Leblon", diz o texto publicado no Facebook.

Também no Facebook, outros 'rolezinhos' estão sendo marcados para sábado. Os shoppings Plaza Niterói e Ilha Plaza estão entre os citados. No dia 20, está sendo marcado um rolezinho na Biblioteca Nacional. "Porque o estudo e a leitura abrem portas, portas de shoppings, portas de carros e de casas. Você pode ser rico ou pobre, negro ou branco, as portas se abriram na mesmo, pois o conhecimento é a única forma de acabar com essas diferenças", diz o texto de convocação no Facebook. 

No último sábado, houve confusão envolvendo um grupo de jovens que havia organizado um ‘rolezinho’ no shopping Itaquera, na zona leste de São Paulo, e a Polícia Militar.

>> "Pobre é 'rolezinho', rico é flashmob", dizem internautas sobre polêmica

>> Haddad pede atenção especial com "rolezinho" e busca espaços para jovens

O encontro de mais de mil pessoas no shopping terminou com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de balas de borracha, pela PM, que foi acionada para conter os jovens. Apesar do tumulto, a assessoria do shopping informou que não houve registro de furto ou roubo.

Os ‘rolezinhos’, grandes encontros organizados geralmente por jovens da periferia em shoppings, já causaram transtornos a frequentadores de shoppings como o JK e o Iguatemi. Parte da população se mostrou indignada e pediu a intervenção policial para conter os atos.

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou, na segunda-feira, que pediu às secretarias municipais de Cultura e Igualdade Racial uma atenção especial com os “rolezinhos”. A ideia, segundo Haddad, é criar mais espaços públicos aos jovens de São Paulo para que possam “usufruir na cidade”.

No último fim de semana, o shopping de luxo JK Iguatemi, em São Paulo, anunciou que obteve uma liminar na Justiça paulista que autoriza a proibição do “rolezinho”. De acordo com o prefeito, a liminar foi uma surpresa.


Com Portal Terra