Por falta de interessados, a Advocacia-Geral da União (AGU) adiou nesta segunda-feira o leilão de um imóvel de Jorgina de Freitas, apontada como líder de uma quadrilha condenada por desvios de mais de R$ 500 milhões da Previdência Social. Avaliado em R$ 1,9 milhão, o apartamento de 62 metros quadrados em um apart-hotel no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, deve ir novamente a leilão no dia 5 de setembro.
Desde o início do ano, a AGU já conseguiu restituir aos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) R$ 12,2 milhões com o leilão de dois apartamentos no Leblon - um pertencente a Jorgina, e outro de propriedade de Therezinha de Jesus, integrante da quadrilha de fraudadores.
No dia 15 deste mês, duas salas comerciais de Jorgina, localizadas no Centro do Rio de Janeiro, foram leiloadas pela AGU, garantindo mais R$ 600 mil aos cofres públicos. Um dos imóveis de 30 metros quadrados foi arrematado por R$ 210 mil, e o outro, com 67 metros quadrados, foi leiloado por R$ 407 mil.
No dia 2 de setembro, está previsto o leilão de outros três imóveis de Jorgina: dois apartamentos localizados em um prédio da rua Timóteo da Costa, também no Leblon - avaliados em R$ 2,4 milhões e R$ 2,5 milhões, respectivamente -, e 11 salas comerciais em um prédio de Volta Redonda (RJ), que, juntas, estão avaliadas em cerca de R$ 695 mil.
Fraude no INSS
Em julho de 1992, Jorgina de Freitas foi condenada a 14 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por desviar recursos do INSS. Além dela, foram condenados no mesmo processo o ex-juiz Nestor José do Nascimento, o ex-procurador do INSS Marcílio Gomes da Silva, os advogados Astor Cardoso Pontes de Miranda, Ilson Escóssia da Veiga, Cláudia Caetano Bouças e Wilson Ferreira, entre outros. As fraudes ocorreram em São João de Meriti, Duque de Caxias e Vassouras, no Rio de Janeiro.
De acordo com o processo, a fraudadora adquiriu imóveis em Curitiba, Minas Gerais, Búzios, Rio das Ostras, Cabo Frio, Nova Iguaçu, Petrópolis e Volta Redonda. No Rio, há apartamentos no Leblon, terrenos na Barra da Tijuca e imóveis em Jacarepaguá, Andaraí e na rua Uruguaiana, no centro da cidade.
Jorgina de Freitas ficou foragida até 1997, quando foi encontrada na Costa Rica e extraditada no ano seguinte para o Brasil. Ela foi presa em fevereiro de 1998. Em junho de 2010, uma sentença declarou extinta a pena privativa de liberdade da ré pelo seu integral cumprimento, sendo o alvará de soltura expedido no mesmo mês.