Cerca de 50 manifestantes fecharam a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, por volta das 16h desta quinta-feira, no trecho entre a Rua Evaristo da Veiga e a Avenida Almirante Barroso. O protesto provocou muito bate-boca e confusão na cidade. Até mesmo os manifestantes se desentenderam e brigaram entre eles.
No entanto, o tumulto maior aconteceu mais cedo, durante a primeira audiência da CPI dos Ônibus na Câmara Municipal. O relator da comissão, Professor Uóston (PMDB), quase foi atingido por um tênis arremessado das galerias.
A audiência, iniciada às 10h05, chegou a ser suspensa por 20 minutos por causa da briga entre os grupos pró e contra o vereador Chiquinho Brazão (PMDB), presidente eleito da Comissão Parlamentar de Inquérito. Outra confusão ocorreu nas escadarias da Câmara. Dez pessoas foram detidas e encaminhadas à 5ª DP (Mem de Sá).
Por volta das 10h30, o secretário municipal de Transportes do Rio, Carlos Osório, começou o seu depoimento na CPI e admitiu que o sistema de transporte público da cidade precisa de melhorias. Na saída, por volta das 12h, ele afirmou que voltará sempre que for necessário.
Em seguida, foi a vez do subsecretário executivo de Transportes, Alexandre Sansão, que saiu sem falar com a imprensa, por volta das 12h30.
O vereador Chiquinho Brazão marcou uma nova audiência para a próxima quinta-feira (29), às 10h.
O vereador Eliomar Coelho (PSol), que propôs a criação da CPI do Ônibus, assistiu à sessão mas não participou por não considerar legítima a formação da comissão - dos cinco integrantes, quatro são da base aliada do governo, entre eles o presidente Chiquinho Brazão (PMDB) e o relator, Professor Uoston (PMDB), e sequer assinaram o requerimento da CPI. Na quarta-feira (21), vereadores de oposição chegaram a entrar com um mandado de segurança na Justiça para pedir a revisão da proporcionalidade da CPI dos Ônibus.
Eliomar divulgou uma nota para criticar a falta de proporcionalidade da composição da CPI. Confira:
“O vereador Eliomar Coelho (PSol), membro nato e primeiro signatário da CPI do Ônibus, e o vereador Reimont (PT), primeiro suplente, estão presentes na Câmara, mas não participarão da sessão da CPI, assim como os vereadores Paulo Pinheiro (PSol), Jefferson Moura (PSol), Renato Cinco (PSol), Teresa Bergher (PSDB), Marcio Garcia (PR) e Leonel Brizola Neto (PDT).
Desde quarta-feira passada não são realizadas as sessões ordinárias da Câmara, impedindo que os recursos administrativos que apresentamos fossem apreciados pelo plenário. Seguiremos aguardando a decisão sobre o mérito da ação ainda não julgada e impetrada ontem junto ao Tribunal de Justiça.
A atual divisão de vagas da CPI afronta o direito de participação das minorias ao dar quatro vagas ao mesmo bloco parlamentar.
Não consideramos legítimo que um bloco parlamentar que representa 47% do total de vereadores assuma 100% das vagas destinadas a proporcionalidade.”