ASSINE
search button

Palácio do Planalto será o palco do velório do arquiteto que o desenhou

Corpo do arquiteto foi embalsamado de madrugada

Compartilhar

A convite da presidente Dilma Rousseff, o corpo do arquiteto Oscar Niemeyer, que faleceu às 21h55 desta quarta-feira no Hospital Samaritano, será velado nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, cidade cujos prédios foram desenhados pelo arquiteto, a começar pelos palácios governamentais.

No final da noite, porém, o corpo retorna ao Rio atendendo ao pedido do próprio arquiteto que, carioca da gema, sempre declarou aos familiares seu desejo de ser enterrado no Rio. Haverá um novo velório durante a noite de quinta-feira e manhã de sexta-feira, no Palácio da Cidade, como informou o prefeito \Eduardo Paes, ao deixar o hospital Samaritano, em Botafogo, onde foi cumprimentar a viúva Vera e demais familiares. O enterro do arquiteto deverá ocorrer na tarde de sexta-feira no cemitério São João Batista.

No Rio, o governador, Sérgio Cabral decretou três dias de luto. Ele definiu Niemeyer como “o maior arquiteto do Brasil. Um gênio da arquitetura mundial. Doce no trato, firme nas suas convicções e amado pelo povo brasileiro”. O prefeito Eduardo Paes chegou ao hospital Samaritano para cumprimentar a família por volta de 23hs.·.

>> Corpo de Niemeyer foi embalsamado de madrugada

No hospital, o sobrinho do arquiteto, o neurocirurgião Paulo Niemeyer explicou que “depois desta vida tão intensa” seu tio “não tinha como resistir a este tratamento tão forte que vinha sendo ministrado nos últimos dias”.

Para o sobrinho, não apenas os familiares, mas os brasileiros em geral sentirão “muita falta deste brasileiro, um modelo para todos e para a família em geral”. Na definição do sobrinho, foi a “grande obcessão pelo trabalho que muito provavelmente o fez chegar tão longe”, aos 104 anos já prestes a fazer 105 no próximo dia 15.

Assim como explicou o médico que atendeu Niemeyer, Fernando Gjourup, o sobrinho Paulo também Nunca falou em piora ou morte, mas dizia que queria ir para casa acabar alguns projetos.

A viúva Vera, antiga secretária que se casou, em 2006, com o arquiteto após ele enviuvar do primeiro casamento em 2004, segundo Paulo estava muito abalada. Mas o sobrinho credita a ela e ao carinho que dedicou ao marido, notadamente nestes últimos anos , muito da sobrevida do arquiteto.

Oscar Niemeyer estava lúcido até a manhã desta quarta-feira e assim permaneceu até ser entubado e ser colocando em estado inconsciente. Ele morreu em consequência da infecção respiratória que o acometeu nos últimos dias. 

Prefeito promete celebrar nome

Depois de visitar familiares no Hospital Samaritano, o prefeito Eduardo Paes comentou que "Niemeyer era uma pessoa ética e correta". Ele vangloriou-se de  ajudar o arquiteto a realizar um sonho: "eu o levei para ver o carnaval no sambódromo que ele mesmo projetou. Ele nunca tinha visto um desfile no sambódromo”, lembrou.

Paes recordou ainda de um jantar com o arquiteto, há três ou quatro meses, quando Niemeyer só falou de projetos futuros, jamais tocou em coisas ruins ou em assuntos saudosistas. “Como prefeito, pretendo celebrar Oscar Niemeyer,um homem que jogou o nome do Brasil para o mundo”, ´prometeu.