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Prefeita de São João da Barra é presa em flgrante por tentar comprar vereadores

Delegado diz que compra de votos do partido da prefeita sobre a oposição não é de hoje

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A Polícia Federal prendeu, na madrugada desta quarta-feira, a prefeita de São João da Barra, Carla Machado, por formação de quadrilha e compra de votos. Ela, que não é candidata à reeleição, foi presa após um comício do candidato à prefeitura pelo PMDB José Amaro martins de Souza, o Neco.

Carla, que apóia Neco, foi acusada pelo delegado da Polícia Federal, Paulo Cesar Barcellos Cassiano, de tentar cooptar vereadores da oposição para que estes desistam de suas candidaturas. Com ela foi preso o vereador Alexandre Rosa, candidato a vice-prefeito na chapa. A prisão foi em flagrante delito, única condição para alguém ser preso no período pré-eleitoral.

Segundo o delegado, na terça-feira (2/10), "o vereador Lilico da Verdura denunciou que recebeu, por um intermediário, uma proposta de R$ 50 mil para desistir de sua candidatura a vereador pelo PR. Isso configura um crime eleitoral e a PF continuará as investigações", explicou o delegado. 

A prefeita e o vereador prestaram depoimento à polícia e, pela manhã, fizeram exame de corpo de delito no IML de Campos dos Goytacazes e depois foram soltos mediante pagamento de fianças: R$ 60 mil para a prefeita e R$ 50 mil para o vereador. Eles responderão ao processo em liberdade. 

Defesa diz que acusação é " oportunismo"

Carla Machado, do PMDB, disse que a abordagem dos policiais foi "abusiva e truculenta", e entrará com uma ação na Corregedoria da PF pelo tratamento recebido. Após fazer o exame, a prefeita foi liberada por uma fiança 

A advogada da prefeita, Priscila Marins, disse que a acusação feita a sua cliente é fruto de "oportunismo eleitoral", e afirmou que a acusação de compra de votos é improcedente:

"Compra de votos é você oferecer algo em troca de apoio. O que aconteceu foi que candidatos da coligação contrária (do candidato Betinho Dauaire, do PR) renunciaram ao partido e anunciaram apoio ao Neco e ao vice Alexandre Rosa. O delegado criou um crime inexistente e o definiu como flagrante", criticou a advogada. 

Priscila fará entrará com um pedido de habeas corpus no TRE pedindo o trancamento do inquérito e ressaltou que um caso como esse causa um " desequilíbrio eleitoral".

Delegado diz que crime não é de hoje

O delegado Cassiano contesta a advogada explicando que quatro vereadores da oposição denunciaram à Polícia Federal a cooptação feita pela coligação da situação. Segundo ele "a troca envolveria benefícios na futura administração do governo, em troca da desistência das candidaturas", explicou o delegado.

Ele também usou o termo "desequilíbrio eleitoral" para explicar o fato de que três candidatos a vereador já haviam recebido propostas nas últimas semanas para apoiar o partido da situação. Cassiano insiste que o flagrante ficou constituído a partir da força das denúncias feitas pelos vereadores da oposição, configurando a legalidade na prisão ocorrida durante a madrugada desta quarta-feira.