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Rocinha: polícia prende cinco homens e acha 61 bombas caseiras

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A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro divulgou nesta segunda-feira o balanço da Operação Choque de Paz na favela da Rocinha. Segundo a polícia, até as 11h de hoje, cinco homens haviam sido presos e 61 bombas artesanais encontradas.

As polícias Civil e Militar encontraram cerca de 16 mil munições de diversos calibres. Além disso, foram apreendidas 20 pistolas, 15 fuzis, uma submetralhadora, duas espingardas, 20 rojões, três granadas, sete lunetas, 171 carregadores de munição de diversas armas, três machados e um facão, uma pistola desmontada.

A polícia também apreendeu 120 kg de maconha em papelotes e tabletes, 60 kg de pasta base de cocaína, 135 kg da própria droga, 135 pedras de crack, 38 comprimidos de ecstasy, além de 75 motos. Foram recuperados ainda dois automóveis que haviam sido roubados, sendo um Toyota Hilux e um Astra 2.0.

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Outras apreensões

Segundo a Secretaria do Estado de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, além das munições e drogas apreendidas, foram encontrados 50 cartões de crédito, 27 máquinas caça-níqueis, quatro rádios transmissores, uma réplica de pistola, um notebook, um Ipod, uma câmera digital, uma barraca de camping, uma capa de colete, duas gandolas, uma farda do Exército, uma camisa da Polícia Civil, material hospitalar, três centrais clandestinas de TV a cabo e 21 mil mídias (CDs e DVDs) piratas.

A prisão de Nem

O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.