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"A atitude PM não melhorou nada", diz irmã de sobrevivente da Candelária

Chacina que matou oito jovens no Centro do Rio completa 18 anos

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Neste sábado, a chacina da Candelária - que deixou oito jovens mortos em julho de 1993 - completa maioridade. Uma missa foi celebrada na manhã desta sexta-feira (22) em homenagem às vítimas e uma caminhada seguiu da Igreja da Candelária até a Cinelândia.

Presença confirmada todos os anos na manifestação em memória das vítimas do episódio, e também para lembrar outras pessoas que foram morreram maneira violenta, a estudante Patrícia Oliveira, 37 anos, irmã de Wagner dos Santos, único sobrevivente da chacina, criticou a ação dos PMs do Rio, em entrevista exclusiva ao JB.  A maioria dos envolvidos na matança de 1993 era agente da Polícia Militar.

"A morte do menino Juan comprova que, nestes 18 anos, a atitude da Polícia Militar do Rio não evoluiu nada. A única coisa que me deixa otimista é que as testemunhas desses crimes bárbaros tomaram coragem de denunciar", desabafa a mulher. "As vítimas de violência continuam crescendo, infelizmente, mas o número de denúncias cresceu muito".

O sobrevivente Wagner dos Santos vive em Genebra, na Suíça. Hoje com 39 anos, o homem ainda carrega as marcas da violência que sofreu na porta de uma das igrejas mais famosas do Rio.  

"Ele tem envenenamento por chumbo, a boca torta - porque teve o osso que liga o nariz e a boca quebrado por um tiro - ficou cego de uma vista e surdo", conta Patrícia. "Ele ter sobrevivido foi um verdadeiro milagre".

A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, também esteve na missa.