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Draco prende quadrilha de agiotas

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Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Organizados (Draco) realizaram uma ação contra agiotas que atuavam no centro do Rio de Janeiro. Edmilson Vieira Fernandes, de 33 anos; Roberto Pinto Melo, de 59 anos; e Paulo Bianchine Neto, de 21 anos, foram presos e irão responder pelos crimes de usura, uso de entorpecentes, extorsão  e quadrilha armada.

Com eles foram apreendidos cerca de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) em dinheiro, pequena quantidade de maconha, uma faca, diversas notas promissórias, vários blocos com dados pessoais de vítimas que pegaram empréstimos, cópias de documentos de vítimas, calculadoras, recibos de empréstimos, câmeras de circuito interno de TV, entre outros objetos.

A quadrilha agia da seguinte forma: o grupo fazia a propaganda de empréstimo fácil nas ruas de diversos bairros do Rio de Janeiro, emprestava os valores em dinheiro em um determinado local e recebiam os juros em locais diferentes, localizados em salas do 17º e 4º andar do edifício situado no número 542 da Av. Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro. As quantias eram entregues às vítimas mediante a apresentação de cópia de todos os seus documentos, o preenchimento de notas promissórias, e de um cadastro com endereço residencial e profissional, e respectivos telefones. A taxa de juros aplicada variava de 35% a 45% ao mês. É importante ressaltar que os agiotas não possuíam qualquer autorização ou alvará para funcionamento, tampouco para a realização de serviços de natureza financeira.

As vítimas, em geral, são assalariados endividados moradores da Zona Oeste e da Baixada. A investigação da Draco teve início a partir de denúncia anônima. A partir daí, a delegacia iniciou investigações no sentido de identificar os responsáveis pela agiotagem, os endereços onde atuavam, e o dia em que recebiam maior número de vítimas para pagamento.

A partir das investigações realizadas pela Draco há fortes indícios de que os agiotas em questão estejam relacionados a milicianos. A milícia financiaria os valores utilizados a título de empréstimos para as vítimas, garantiria a ameaça e retaliações contra os devedores, e receberia em troca parte dos lucros obtidos com os juros extorsivos aplicados pelos agiotas.