RIO - O governador Sérgio Cabral agradeceu o apoio do presidente Lula e dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Justiça, Luiz Paulo Barreto, pela ajuda durante as operação desencadeadas nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da cidade. "Agradeço a população que tem acompanhado a retomada de território. Estamos virando uma página na história do Rio de Janeiro". O governador garantiu a continuidade do trabalho de retomada dos espaços que antes era dominados pelo tráfico.
"Esse legado não será completo enquanto não levarmos segurança pública e políticas sociais para o Alemão". Cabral reafirmou a autonomia de trabalho do secretário de Segurança José Mariano Beltrame no comando das operaçãos que contaram com a articulação das polícias Militar, Civil e Federal além das Forças Armadas, Exército, Marinha e Aeronáutica para "levar mais paz e ter mais territórios conquistados para que possamos ter tranquilidade para usufruir do Rio de Janeiro".
"Estamos recuperando 30 anos de abandono da favela, de populismo, que levou o Rio a uma situação de crise econômica e falência política", afirmou Cabral em crítica direta aos governos anteriores.
Moradores da comunidade afirmam que os chefões do tráfico fugiram do complexo antes mesmo da chegada da polícia. De acordo com o diretor-chefe da Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Ronaldo Oliveira, o objetivo era a retomada de território. "Nesse momento, o principal objetivo da polícia era conquistar o território que estava sob o domínio absoluto do tráfico. Se os grandes líderes (FB e Pezão) fugiram ou não, só saberemos no futuro", afirmou.
Através de uma denúncia anônima, a Polícia Militar encontrou um conjunto de três casas que eram utilizadas por traficantes do Complexo do Alemão. Segundo o coronel Lima Castro, relações públicas da PM, um dos ambientes era utilizado como hotel para traficantes de outras áreas. A segunda casa seria um paiol onde eram abrigadas as armas da quadrilha e a terceira continha um laboratório para refino de drogas. Um papagaio e uma arara também foram encontrados.
Os policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) encontraram duas toneladas de maconha escondidas em duas casas no complexo que seriam de chefes do tráfico. No total, cerca de 10 toneladas de drogas foram apreendidas pelas equipes. Em outra casa muito luxuosa, na comunidade do Coqueiro, que seria do traficante Pezão a polícia vai hastear uma bandeira que simbolizará a chegada do poder público na comunidade.
A polícia ainda faz varredura por toda a comunidade em busca de traficantes que estariam se escondendo nas casas de moradores.
Atualizada às 14h37