ASSINE
search button

Rio: PMs acusados de matar engenheira serão ouvidos em setembro

Compartilhar

Portal Terra

RIO - A Justiça do Rio de Janeiro ouviu, nesta sexta-feira, as três últimas testemunhas de defesa dos quatro policiais militares acusados de envolvimento no homicídio e ocultação do cadáver da engenheira Patrícia Amieiro, que desapareceu em junho de 2008, após um acidente automobilístico na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Na audiência foi marcada a data do depoimento dos policiais.

Os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão, Willian Luis do Nascimento, Fabio da Silveira Santana e Marcio de Oliveira Santos deverão ser ouvidos no dia 17 de setembro, por solicitação da defesa.

Para o assistente da acusação, Alexandre Dumans os depoimentos ajudaram a descartar, definitivamente, a realização de uma nova reconstituição. De acordo com ele, os peritos do Instituto Carlos Éboli (ICCE) tinham dúvidas quanto aos disparos, e os depoimentos de hoje, "estavam conflitantes com o laudo juntado aos autos".

Em maio deste ano, o Inquérito Policial Militar (IPM) que investigava a participação dos policiais inocentou os acusados, devido à falta de provas. A investigação teve resultados diferentes da apuração feita pela Polícia Civil, que acusou os PMs de participação no crime.

De acordo com a investigação realizada pela PM, não teria havido disparo contra o carro de Patrícia, que caiu no Canal de Marapendi, hipótese defendida pela Polícia Civil. Outra divergência é sobre os fragmentos de tiros encontrados no carro. A PM sustentou que o perito deu duas versões. Além disso, a Polícia Civil concluiu que os militares praticaram o crime em sete minutos.

Ameaças

As investigações do caso foram marcadas por ameaças de mortes registradas pelo Disque Denúncia (DD) a peritos do ICCE e contra uma promotora de Justiça. A Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público Estadual recebeu uma denúncia de que policiais tramariam um atentado à promotora Isabella Pena Lucas, da Auditoria de Justiça Militar.

Isabella ouviu o depoimento de 12 peritos no inquérito militar. A investigação tratava também de suposta ameaça de morte de PMs a peritos que atuaram no caso. Os maiores alvos seriam Marcos Luiz Gonçalves e Liu Tsun Yaei. Os depoimentos foram realizados na Justiça Militar porque os peritos, mesmo convocados, não compareceram à PM.

Após os depoimentos, os peritos relataram que foram obrigados a falar sobre os laudos referentes ao sumiço de Patrícia e constrangidos na sala de audiência da Auditoria de Justiça Militar.