Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - O depoimento do sargento da PM Marcelo Leal e do cabo Marcelo Bigon, acusados de cobrar R$ 10 mil de propina para liberar o Siena de Rafael Bussamra, 25, após ele atropelar o filho de Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, 18, no Túnel Acústico, na Gávea, será realizado nesta quinta-feira, na 15º DP (Gávea). Os PMs cumprem prisão preventiva de 30 dias na Unidade Prisional da Polícia Militar, em Benfica (Zona Norte).
Os dois PMs devem adotar a estratégia do silêncio e de só falar em juízo. De acordo com a delegada da 15ª DP, Bárbara Lomba, apesar de Rafael Bussamra ter admitido que atropelou o músico, ainda não é possível determinar em que crime ele será indiciado.
Segundo ela o atropelador pode ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) ou homicídio doloso (realizando uma ação consciente de que poderia matar alguém), caso as investigações comprovem que Bussamra estava disputando um pega, dentro do túnel.
Temos que aguardar o fim das investigações. Se houver dolo, o atropelador poderá pegar até oito anos de cadeia afirmou a delegada.
Segundo a Polícia Civil, o laudo da reconstituição do acidente, realizado na madrugada de terça-feira, deverá estar pronto na próxima semana.
Nesta quarta-feira, durante a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora do Andaraí (UPP), o comandante geral da PM, coronel Mario Sérgio Duarte, classificou como ato criminoso a ação do sargento e do cabo, lotados no 23º BPM (Leblon) ao exigir propina do atropelador.
A atitude foi absolutamente irregular. Um fato característico de expulsão afirmou o comandante.
Já o secretário de Segurança José Mariano Beltrame execrou a suposta atitude dos dois policiais.
Frutos podres nos atrapalham, dificultam a nossa ação. Temos que pensar no melhor coletivo comparou ele, afirmando que as corregedorias das polícias Militar e Civil serão mais investigativas, a partir de agora.