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RIO DE JANEIRO - Suspeita de ter sofrido maus-tratos, a menina de 5 anos que foi atendida por um falso médico, morreu no início da noite desta sexta-feira, vítima de uma parada cardíaca. A criança estava internada em coma desde o dia 19 de julho, no Hospital Amiu, em Botafogo (Zona Sul).
Segundo o delegado Luiz Henrique Marques, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) e responsável pelas investigações, antes de entrar no Hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca, ela passou por outros dois hospitais.
Ainda de acordo com o delegado, a criança foi atendida por um estudante do quinto ano de medicina, que teria aplicado um anticonvulsivo, e liberado a paciente desacordada.
A polícia investiga a causa da morte a presença de uma mancha nas nádegas que mais parece uma queimadura, segundo peritos.
Na quinta-feira, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar o atendimento prestado à menina.
De acordo com o depoimento à polícia do estudante de medicina que teria atendido a menina, uma empresa terceirizada de propriedade de uma pediatra do Hospital Mar teria admitido o aluno para trabalhar no local, como profissional.
O falso médico também confessou ter roubado o registro de um outro profissional, além de aplicar na criança uma dose da substância fenobarbital, indicada para crises convulsivas. Segundo a polícia, ele responderá por tráfico de drogas - por ter aplicado uma substância que pode causar dependência química -, exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica e falsidade de documentos públicos.
A pediatra que teria contratado o aluno para o cargo de médico, deve responder pelos mesmos crimes, já que ela sabia que ele ainda não era formado.