Mariana Canedo, Portal Terra
RIO DE JANEIRO - Clamores por um trabalho continuado e amplo deram o tom da inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. Segundo a presidente da Associação de Moradores do Parque João Paulo II, Cláudia Maria da Costa, "acabou-se o tiroteio", mas fica o pedido de projetos que efetivamente possam melhorar as condições de vida de crianças e idosos. Cláudia perdeu seu marido, motorista de ônibus, vítima de uma bala perdida.
O secretário de segurança pública José Mariano Beltrame, entretanto, explicou que apesar de "mais um muro imposto pelo crime ter sido derrubado", os serviços e projetos sociais vão chegar, após identificadas as principais necessidades da comunidade.
Cláudio Vasconcelos, ex-morador do local contou sua história ao ler, em discurso que precedeu o do comandante geral da PM, Coronel Mário Sérgio, uma crônica sobre a vida no Morro do Andaraí. No texto, Caio deu detalhes da época em que ainda era possível subir em árvores frutíferas até a invasão da região pelo tráfico de drogas e a corrupção de moradores a fim de enriquecer de forma ilícita.
"Podemos ser mais que meros repetidores de políticas sociais. Viemos de duas semanas muito difíceis. Duas ocorrências geraram sangue inocente e nos fazem pensar que somos representados pelas coisas ruins. Infelizmente mesmo quando convidamos as pessoas para fazer o bem, algumas preferem seguir o lado ruim", afirmou o coronel Mário Sérgio Duarte, Comandante Geral da Polícia Militar do Rio.
O capitão Victor Fernandez de Souza, que irá comandar a UPP, disse que as comunidades do Morro do Andaraí atendidas (Nova Divineia, João Paulo II, Juscelino Kubitschek, Jamelão, Morro Santo Agostinho, Arrelia, Borda do Mato e Rodo) poderão contar agora com "mais 229 moradores membros para trabalhar juntos não só a segurança, mas também os projetos pelos quais as comunidades clamam".