Agência AFP
RIO - O Rio de Janeiro começa nesta segunda-feira a demolir casas construídas em áreas de risco, como parte de uma nova política oficial destinada a prevenir novas tragédias, causadas por deslizamentos de terras em favelas, que deixaram pelo menos 224 mortos até agora.
As autoridades do Estado iniciaram neste final de semana a retirada de alguns moradores dessas regiões.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou que 300 famílias residentes na comunidade do Morro do Urubu (subúrbio) já foram obrigados a deixar o local no sábado, com a Defesa Civil lacrando as entradas das casas.
"A situação é impressionante. Tivemos até sorte", por não ter acontecido algo pior nesses locais, afirmou Paes no Twitter.
Eduardo Paes também anunciou que moradores de outras sete favelas serão removidos, estando entre elas comunidades de Santa Teresa e, uma área da Rocinha, a maior do Rio, totalizando 4.000 famílias.
As famílias vão receber, a título de ajuda, uma verba de cerca 141 dólares mensais, ou 400 reais para pagamento de um "aluguel social", até que estejam construídas novas casas para abrigá-las.
Segundo a prefeitura do Rio, 10.000 casas cariocas estariam construídas em "áreas de risco", com a previsão de desalojá-las, até 2012.
As tarefas de resgate dos mortos concentram-se, no momento, no município vizinho de Niterói, que já conta 141 vítimas.
Até domingo foram retirados do Morro do Bumba 32 corpos, mas a busca ainda prossegue.
As universidades públicas do Estado preparam-se para realizar um mapeamento da situação de risco, partindo do conhecimento de que o Rio de Janeiro possui pelo menos 200 lixões em situações sanitárias inadequadas, abandonados.