Carlos Braga, Jornal do Brasil
RIO - Não fosse pelo nome, talvez os fãs dos galetos mais ortodoxos não reconhecessem as novas casas que têm o prato como carro chefe. O tradicional balcão de fórmica, que é quase uma mesa comunitária, dá lugar a mesas, cadeiras e até poltronas. Ar condicionado é regra, e alguns tem telões. Por trás dos novos confortos, estratégias de marketing e de logística comandam o dia-a-dia dos novos galetos, como na rede Bom Galeto, cuja filial na Barra foi inaugurada há poucos dias.
O galeto é um produto muito bem aceito. Todo mundo já comeu e frequentou os estabelecimentos mais tradicionais. O que precisávamos era oferecer mais conforto conta Alcides Pereira, sócio da rede. Comer fora de casa está mais ligado a um prazer do que simplesmente a matar a fome. No Bom Galeto da Barra, temos sofás aconchegantes e mesas redondas com oito lugares.
Inaugurado há pouco mais de um ano, o Galeto Mania da Tijuca também professa o novo estilo. Instalado em uma ampla casa de dois andares na Praça Varnhagem, o restaurante tem telões e uma agradável área ao ar livre nos fundos. No cardápio, nove opções de pratos com o ingrediente. Duas delas são o galeto cubano (arroz maluco, banana à milanesa e tiras de bacon) e o galeto à francesa (bacon, ervilha, cebola, batata palha e arroz branco). Os cozinheiros passam por um treinamento para desossá-los e prepará-los. Uma explicação: o galeto, para ter esse nome, é abatido com idade entre 21 a 28 dias, mais cedo que o frango, e recebe ração especial. Por isso, sua carne fica mais macia.
Gosto de galeto para beliscar conta o cineasta Hermano Figueiredo, 41, no Galeto Mania. Mas nunca vou aos tradicionais. Gosto de lugares abertos.