Luciana Abade, JB Online
BRASÍLIA - Mais de 14 milhões de alunos estão sem aula em cinco estados brasileiros Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais por determinação das redes estaduais e municipais de ensino. A medida foi tomada recentemente para evitar o avanço da gripe suína entre os estudantes. Segundo o Ministério da Educação, as escolas públicas e privadas têm autonomia para decidir a reposição das aulas, desde que os 200 dias letivos por ano sejam cumpridos. O Rio Grande do Sul definiu ontem que a compensação dos dias parados será feito durante 12 sábados, a fim de que o ano letivo se encerre até 31 de dezembro.
No Paraná, as 2.100 escolas da rede municipal retomaram as atividades no último dia 29, mas um decreto do governador emitido no dia seguinte suspendeu as aulas até o próximo dia 10 para que os professores pudessem receber um treinamento sobre combater a gripe suína nas escolas.
Segundo a superintendente da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Alayde Digiovani, o órgão vai aproveitar esse momento de alerta nacional para promover nas escolas da rede uma mudança de cultura com relação aos hábitos de higiene. Para tanto, os 70 mil professores e 18 mil funcionários começaram a ser treinados desde segunda-feira. O uso do bebedouro para encher copos de água será a primeira medida adotada.
Os profissionais da Educação de Minas Gerais também receberão treinamento. O governo vai transmitir hoje, às 15h, via televisão, internet e 240 emissoras de rádio filiadas ao núcleo multimídia oficial, um programa especial sobre a prevenção da gripe influenza A no ambiente escolar.
As aulas nas 4 mil escolas da rede estadual de ensino de Minas voltam na segunda-feira, 10. Os 177 mil alunos da rede municipal de Belo Horizonte retornarão no mesmo dia.
No Rio Grande do Sul, a secretária estadual de Educação, Mariza Abreu, pediu que os coordenadores regionais de Educação debatessem com as secretarias municipais de ensino a compatibilização do calendário letivo com a rede estadual. A secretária está preocupada com a situação dos alunos da zona rural que estudam em escolas estaduais, mas dependem do transporte escolar municipal para ir às aulas.
O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), José Augusto de Mattos, afirmou que a entidade orientou a rede particular de ensino de todo o Brasil a acompanhar a decisão das secretarias estaduais de saúde e educação quanto ao adiamento das aulas. Além de sugerir a prorrogação das férias, a entidade distribuiu material didático sobre as formas de prevenção da nova doença.
Mattos estima que mais de 90% das 8.900 escolas particulares do estado de São Paulo adiaram a volta às aulas para o dia 17. O retorno estava programado para a segunda-feira passada. No dia 12 de agosto, uma reunião entre as escolas da rede privada daquele estado e o Conselho Estadual de Educação vai definir as melhores medidas a serem tomadas na retomada das atividades.