Mario Hugo Monken, JB Online
RIO - A Polícia Civil apresentou nesta quinta-feira Antonio Jorge Gonçalves dos Santos, o Tony, acusado de ser um dos principais fornecedores de armas para traficantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Conhecido como "Senhor das Armas", Tony foi preso no último final de semana por agentes da Delegacia de Repressão à Armas e Explosivos (Drae) passeando em um shopping em Campo Grande (MS).
Investigado há dois anos, Tony teria enviado no mês passado pelo menos 39 fuzis para o Rio. É suspeito também de negociar armas do Exército boliviano e trazê-las para o Rio. Para fazer chegar as armas, usava caminhões que transportavam cargas variadas e rotas alternativas. As armas (fuzis, metralhadoras, granadas e pistolas) passavam por Corumbá e Porto Soares, em Mato Grosso do Sul, interior do Mato Grosso, Caldas Novas, Uberlândia e Juiz de Fora, em Minas Gerais, desembocando na BR 040 até chegar ao Rio. O destino final seria sempre o Complexo de Favelas do Alemão.
As armas fornecidas pelo traficante eram negociadas a altos preços. Uma metralhadora chegava a custar aos traficantes cerca de 30 mil reais. As pistolas eram negociadas entre US$ 600 e US$ 900 o fuzil AK 47, um dos mais desejados pelos bandidos, saía por até R$ 60 mil dependendo do estado.
Tony vivia na cidade de Caldas Novas (GO) com a família. Outros dois comparsas dele foram presos na favela do Beltrão, em Niterói: Tatiana Azevedo Maciel e Paulo Roberto Aquino Junior, responsáveis pelas finanças do criminoso. A dupla recebia o dinheiro proveniente da venda das armas e enviava para Tony em Caldas Novas.
De acordo com a titular da Drae, delegada Márcia Becker, a prisão de Tony não encerra a investigação. - Ele é um grande traficante de drogas e um dos principais traficantes de armas do país, mas certamente não age sozinho. As investigações irão continuar no sentido de identificarmos e prendermos outros comparsas de Tony - declarou.