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Polícia prende 35 na Zona Oeste

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Camilla Lopes, JB Online

RIO - A Operação Têmis realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado e que contou com a participação de 250 policiais civis de seis delegacias especializadas e com 190 policiais militares do Serviço Reservado e da Corregedoria da Corporação prenderam nesta terça-feira 35 pessoas acusadas de pertencerem à milícia conhecida como Liga da Justiça. A milícia era dominada pelo ex-policial militar Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman.

Entre os presos desta terça-feira, estão 16 policiais militares, três policiais civis e um bombeiro os outros presos eram civis. Na ação, foram apreendidos um computador, celulares, uma granada e munições para fuzil.

A operação é a maior já realizada para combater os grupos atuantes na Zona Oeste da cidade. Dos 66 mandados de prisão determinados pela operação que, segundo a Secretaria de Segurança, é permanente no combate aos milicianos as polícias civil e militar já cumpriram 43.

O grupo atua, principalmente, nas favelas da Carobinha e do Barbante, em Campo Grande, e nos bairros de Cosmos, Inhoaíba e Paciência. Considerada uma das mais violentas do estado, a milícia que possui mais de cem integrantes está ligada a mais de 30 homicídios ocorridos na região. De acordo com a Secretaria de Segurança, ainda há 24 milicianos foragidos entre eles, policiais civis e militares. O titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, Ronaldo Oliveira, disse que a atuação da Liga da Justiça na Zona Oeste, especialmente em Campo Grande, é muito forte.

A milícia de Jacarepaguá comparada com a atuação da Liga da Justiça chega a ser light afirmou o delegado, ao fazer um parâmetro com as milícias atuantes nas comunidades de Rio das Pedras e Gardênia Azul.

A operação foi iniciada a partir de um inquérito instaurado na 35ª DP (Campo Grande) o primeiro direcionado à Missão Suporte da polícia civil, da qual resultou a prisão de Batman e, agora, de outros membros da milícia. Segundo o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, outro inquérito já está sendo instaurado e os trabalhos de investigação irão continuar.

Essas prisões nos dão uma visão nítida de outros trabalhos que precisam ser feitos. Combater milícias é uma das ações prioritárias da secretaria de Segurança. Neste ano, nós já superamos o total de presos em todo o ano passado ressaltou Beltrame.

De janeiro até agora, o número de presos acusados de envolvimento com milícias já chegou a 114, contra 78 do ano passado. Ainda segundo o secretário, a Liga da Justiça corresponde a cerca de 70% do total de milícias do estado do Rio de Janeiro.

Um dos presos, Wallace Luigi da Silva, conhecido como Longa, de acordo com os agentes, é armeiro da quadrilha de milicianos. Ele é ex- paraquedista das forças armadas.

Outros dois policiais civis que ainda não se apresentaram são irmãos. Um deles está afastado da polícia por conveniência disciplinar e esteve lotado no gabinete do ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, preso no presídio federal de segurança máxima, em Campo Grande (MS). Em nota a Alerj informou que o assessor já foi devolvido para a Polícia Civil desde novembro de 2008.

José Mariano Beltrame também afirmou que a partir das prisões de ontem, a Liga da Justiça foi praticamente exterminada. No entanto, a Secretaria de Segurança do Estado continuará as investigações para desarticular os demais grupos milicianos.

Na semana passada, policiais civis prenderam nove milicianos ligados ao ex-sargento da PM Francisco César Silva de Oliveira, o Chico Bala, cuja atuação se estende à Região dos Lagos.