Ana Paula Verly, Jornal do Brasil
RIO - A funcionária pública Cléia Rosa quase deixou as sacolas de compras caírem ao saber, quarta-feira, que o Supermercado Zona Sul da Rua Carlos Góis, no Leblon, vende alimentos vencidos. Inspecionado pela Vigilância Sanitária, foi multado em R$ 3.643 por colocar à venda 25 quilos de frios e 14 quilos de queijo fora do prazo de validade. Os fiscais também encontraram baratas perto do forno da pizzaria, além de 56 quilos de carne pré-moída, o que é proibido. A operação Supermercado Limpo, em parceria com a Subprefeitura da Zona Sul, inutilizou 370 quilos de alimentos em estabelecimentos do Leblon e de Copacabana.
Que coisa horrível. Já desconfiava: a loja é pequena e fica tudo amontoado. Quando peço carne moída, vão moer lá dentro. Aí a gente não vê analisa Cléia, refeita do susto, antes de fazer outra associação. Em outros supermercados, os funcionários se preocupam em mostrar o que está mais fresco.
Os fiscais jogaram creolina nas carnes e nos frios que tinham embalagens com etiquetas de prazo de validade ilegíveis ou adulteradas. O Zona Sul também foi advertido por estocar alimentos e bebidas perto de latas de lixo algumas delas abertas , falta de termômetro no frigorífico, usar lâmina de barbear no corte da massa de pão e expor o bacalhau sobre caixotes de plástico, em vez de balcões de mármore.
Outra irregularidade, espantosa para os clientes acostumados ao autoatendimento na rede, que sempre embalou tudo, é a exposição dos pães fora de invólucros. Quando não-embalados, têm de ser servidos por um funcionário uniformizado e com touca.
É errado, mas ninguém sabe porque até agora ninguém fiscalizou. Do mesmo jeito que estamos organizando do lado de fora, vamos organizar do lado de dentro prometeu o administrador da 6ª Região Administrativa, Bernardo Carvalho, referindo-se às operações de recolhimento de moradores de rua e de ordenamento público feitas na semana passada com a Subprefeitura da Zona Sul.
A operação Supermercado Limpo vai vistoriar também as condições de higiene de supermercados de São Conrado, Gávea, Jardim Botânico, Ipanema e Humaitá.
Cliente do Zona Sul da Carlos Góis, a administradora de empresas Regina Couto, moradora do Leblon, considera a fiscalização um forma de zelar pela saúde da população. Ciente das irregularidades encontradas na filial, passará a comprar alimentos frios e carnes em outros supermercados.
Vão ter de tomar providências e se explicar, porque os produtos são caros. Não era para acontecer isso criticou.
O Zona Sul tem sete dias para limpar a área do salão onde ficam os frios e a pizzaria; adequar a exposição dos pães e instalar torneira de água quente no depósito de frios.
Em 20 dias, deve apresentar documentos que comprovem a limpeza e a desinfecção do reservatório de água. O descumprimento das exigência dobra o valor das multas. O Zona Sul não quis se pronunciar sobre as irregularidades.
Nas Sendas da Rua José Linhares, também no Leblon, foram encontrados 265 quilos de carne armazenados de forma irregular ou em temperatura acima da recomendada. O supermercado recebeu três autos de infração, no valor total de R$ 2.915,40.
Em nota, a assessoria de imprensa esclarece que o Sendas trabalha em parceria com órgãos de defesa do consumidor e tem rigoroso procedimento para auditar a qualidade dos produtos vendidos. O fato apontado é circunstancial e fora do padrão exigido pela rede .