Ana Paula Verly, Jornal do Brasil
RIO - E o verão levou a brisa do Rio... pelo menos até quinta-feira, quando a chegada de um vento sul deve aumentar a nebulosidade e provocar chuva no estado. São mais dois dias de tempo aberto, sol forte e temperaturas altas. A máxima prevista para esta terça é de 35 graus. Quase três graus a menos do que a segunda, que registrou 37,7 graus na Restinga da Marambaia, na Zona Oeste. Na Zona Norte, a quentura abafou até os moradores do Zoológico. Macacos, ursos e leões ganharam picolé, suco e sorvete para se refrescarem.
O calor, explica Lúcio de Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é consequência de uma massa de ar seco estacionada no estado desde sexta-feira, que resultou na temperatura mais alta do verão 38,5 na Praça Mauá. Só na sexta-feira a temperatura máxima deve ficar nos 34 graus. Um dia antes, devem acontecer chuvas isoladas nas regiões Serrana e do Médio Paraíba. Para a capital, não há certeza de chuva.
Está tudo transcorrendo dentro da normalidade. Tivemos um começo de verão chuvoso, quando algumas quantidades de chuva superaram a média da estação. Mas não havia previsão de verão atípico em relação à chuva. A previsão era de período mais seco após o chuvoso explicou Lúcio.
Se esta semana os termômetros de rua marcarem mais de 40 graus, não há motivo para espanto. O meteorologista afirma que o equipamento não tem o mesmo padrão do instalado nas estações meteorológicas, recomendado pela Organização Meteorológica Mundial.
Nos termômetros de rua, a temperatura registrada é até três graus acima, porque estão perto do solo. O asfalto, pintado de cor muito escura, retém mais calor detalha Lúcio.
A dona de casa Vera Maria Coelho estranhou ao saber que a máxima de ontem não superou os 40 graus. Para Vera, que caminhou cerca de cinco quadras da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, no início da tarde, a sensação térmica era de muito mais.
Estava desesperador exagerou a dona de casa, que ontem fugiu da praia. Amo praia, mas não está dando para aguentar.
Radiação solar perigosa
O índice de radiação solar está acima do tolerável. O alerta é de Ana Maria Mosca, integrante do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda índices entre cinco e sete no verão, explica Ana, o Rio registra mais de 10. A média de outros países tropicais é oito e a dos países do Norte, cinco o que registramos no inverno.
O excesso de radiação significa mais cuidados com a saúde, principalmente com a das crianças, que ficam expostas no período mais crítico, por volta do meio-dia, horário de entrada e saída escolar.
Temos uma incidência de raios muito alta por causa do efeito estufa. Em 2008, chegou a 17. A situação no Rio é quase uma calamidade e ninguém chama a atenção critica a médica.