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Empresários querem linha direta entre Brasil e União Européia

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Ana Cecília Americano, Jornal do Brasil

RIO - O Brasil avançou muito nos negócios, assim como nos fundamentos econômicos e investimentos em infra-estrutura. Mas, para empresários presentes no 2º Encontro Empresarial Brasil-União Européia aberto nesta segunda, no Copacabana Palace, com a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Manuel Durão Barroso, da Comissão Européia, e Nicolas Sarkozy, da França há pontos importantes para avançar.

Entre eles, a eliminação da bitributação, que pune produtos exportados; a complexidade da estrutura fiscal e as suas várias instâncias; as taxas cobradas sobre setores como telecomunicações; a necessidade de avançar em acordos bilaterais; e a flexibilização das leis trabalhistas. O evento foi uma oportunidade ímpar para o empresariado mandar alguns recados às delegações oficiais da União Européia, da França e do governo brasileiro.

O Brasil deixou de fazer parte dos problemas mundiais e agora é visto como parte da solução. Certamente, passaremos a fazer parte dos grandes fóruns do século 21 argumentou Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia e ministro do Desenvolvimento no primeiro governo Lula.

Para ele, é fundamental pensar estrategicamente acordos bilaterais entre Brasil e União Européia, quando não for possível avançar nos acordos do Mercosul e UE.

Segundo Furlan, outros países da América do Sul conquistaram uma dinâmica muito maior por meio dos acordos bilaterais com a Europa. Para ele, já seria a hora de o país trilhar esse caminho, quando esgotadas as possibilidades de consenso no Mercosul.

Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e das Indústrias de Base (Abdib) elogiou a solidez do marco regulatório no país.

A tese do cumprimento dos contratos, defendida por este governo, deu segurança para os investidores afirmou.

Como resultado, o país teria saltado de US$ 25 bilhões ao ano entre 2003 e 2004 para os US$ 42 bilhões anuais entre 2007 e 2008.

Isso por si já demonstra que o ambiente de negócios é factível para a atração de investimentos.

Segundo Godoy, no entanto, à medida que as companhias brasileiras estão ganhando musculatura internacional para sua internacionalização, a indústria brasileira de infra-estrutura deveria ser colocada na mesa de negociações internacionais como uma moeda de troca, visando à obtenção de novas oportunidades para o país.

Nossa economia é totalmente aberta nesse setor. Qualquer empresa internacional que abrir uma filial no país detém direitos e deveres iguais às empresas nacionais disse.

Ele acredita haver interesses convergentes entre empresas brasileiras e empresas européias para o desenvolvimento conjunto de novos mercados.