Eloisa Leandro, JB Online
RIO - O delegado Cláudio Ferraz da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) acredita que o grupo de extermínio preso, na manhã desta sexta-feira, na Baixada Fluminense estava a um passo de formar uma milícia.
- Eles tinham o domínio das localidades Vila Tiradentes e Jardim do Édem, em São João de Meriti, e exploravam os moradores da região com a venda ilegal de serviços de TV a cabo explicou Ferraz.
O delegado informou ainda que Alexandre Jorge do Nascimento, preso na operação, não faz parte do grupo. Ele foi confundido com o chefe da quadrilha Jorge Luiz de Aquino Baia, de 25 anos, mais conhecido como Chuck, Jaison, ou Jorginho.
- Ele liderava o bando como se fosse um xerife destacou.
Alexandre, que responde por seis acusações de homicídio, continua preso na Draco prestando esclarecimentos.
Apesar dos seis presos, os policiais acreditam que o grupo era composto por mais gente. A expectativa é de que, com as prisões e a divulgação dos retratos dos acusados, testemunhas apareçam denunciando outros crimes e integrantes.
A investigação que resultou na operação começou há 40 dias. Ela foi motivada por denúncias anônimas que apontavam os seis presos, acusados de ameaçarem uma promotora e um policial civil, responsáveis pela investigação da existência de grupos de extermínios na Baixada Fluminense. Foram utilizadas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Durante a investigação, a polícia descobriu que a quadrilha teria matado um dos integrantes do próprio grupo, Adriano Dias de Almeida, de 36 anos. Ele foi executado no último dia 2 de novembro, em Vila Tiradentes, acusado pelos companheiros de passar informações e contrariar ações do grupo, inclusive na atuação ilegal de TVs a cabo.
Os policiais não souberam informar se outros funcionários do Tribunal de Justiça, como o prestador de serviços Eduardo Rodrigo Medeiros, preso de manhã, fazem parte da quadrilha. A operação começou às 4h desta sexta-feira com o objetivo de cumprir seis mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. Os presos vão responder por homicídio, formação de quadrilha armada e favorecimento pessoal.
A Draco contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Policia Civil, da Coordenadoria da Polícia Militar e da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.