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Greve de servidores não tem data para terminar

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Carolina Bellei e Pedro Vieira, Jornal do Brasil

RIO - Parados desde 20 de setembro, os trabalhadores do Poder Judiciário reivindicam um reajuste de 7,3% retroativo a março. Como nesta quarta a Assembléia Legislativa do Rio aprovou apenas 5% de aumento, retroativo a setembro, a greve continua sem previsão de término.

Segundo o Sindicato dos Servidores da Justiça (SindJustiça), 85% dos 15 mil funcionários que trabalham em fóruns no Estado aderiram à greve.

De acordo com Paulo Saboya, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, a exigência de que pelo menos 30% dos funcionários trabalhem para garantir o julgamento dos processos emergenciais não está sendo cumprida. A seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) teme que a paralisação se estenda até o recesso do fim de ano 20 de dezembro até 6 de janeiro.

O judiciário está parado. A greve é um direito constitucional, mas é um instrumento contra o capitalismo. Nesse caso, há uma distorção, quem mais sofre é a sociedade avalia Saboya.

A OAB-RJ ressalta que considera as reivindicações justas, mas se posiciona contrariamente à paralisação total, e defende a garantia de um atendimento mínimo. Há duas semanas, a OAB entrou com pedido na Justiça Federal. O juiz Guilherme Diefenhthaeler, da 15ª Vara, concedeu liminar, determinando a volta de 50% da categoria, com multa diária de R$ 10 mil em caso de não cumprimento. A ordem passou a vigorar ontem.

Entretanto, a assessoria do SindJustiça disse que não vai seguir a determinação por considerar absurda, já que "os funcionários continuam a fazer trabalhos urgentes que tenham ligação com liberdade e vida". O sindicato vai entrar com recurso contra a medida.