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MS empresta 'know how' antidengue a secretários do Rio

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Marcelo Migliaccio, Jornal do Brasil

RIO - O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, e o futuro secretário municipal da mesma pasta, Hans Dohmann, viajarão a Campo Grande (MS) para conhecer um programa de combate à dengue que reduziu o número de casos confirmados na capital sul-matogrossense de cerca de 3.600 em 2007 para apenas 168 este ano.

Trata-se de um esforço para que os mais de 250 mil casos notificados no Estado do Rio até a última quarta com 181 óbitos não se repitam em 2009.

Todas as suspeitas, nós já tratávamos como se fossem casos confirmados da doença explica o diretor-executivo da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, Salim Cheade. Isso causou um desconforto por causa do elevado número de notificações, 46 mil em 2007, mas, por outro lado, pudemos tratar melhor dos doentes e fechar o ano com apenas duas mortes.

Cheade faz parte da equipe do secretário Luiz Henrique Mandeta, que está em férias e retorna ao trabalho no próximo dia 3. A partir dessa data, será agendada a visita de Côrtes e Dohmann.

Estamos de portas abertas convida Cheade, correligionário do prefeito Nelson Trad Filho, reeleito agora com 74% dos votos e peemedebista como o governador Sérgio Cabral e o novo prefeito do Rio, Eduardo Paes. O bom entendimento entre os poderes é fundamental numa hora dessas.

O método de eliminação de focos adotado na capital do Mato Grosso do Sul, que tem mais de 750 mil habitantes, foi radical. Dos 2.200 agentes de saúde da cidade, 300 foram escalados apenas para caçar larvas e mosquitos Aedes aegypti.

Visitamos praticamente todos os imóveis de Campo Grande conta Cheade. Se um foco era encontrado numa residência, todo o quarteirão era fechado e entrávamos em todas as casas, com autorização judicial quando necessário.

Gincanas mobilizaram

A mobilização da população foi outro marco da ação. Além das campanhas no rádio, TV e com cartazes, gincanas foram organizadas com até três equipes em cada bairro da cidade.

Empresários doaram prêmios para os grupos que conseguiram juntar mais garrafas, pneus e outros recipientes que pudessem se tornar focos do mosquito detalha Cheade. Mobilizamos, além dos militares, escolas, clubes, maçonaria. Neste ano, colhemos os frutos de todo o trabalho.

A cooperação entre Rio e Mato Grosso do Sul, no entanto, é uma via de mão-dupla, porque profissionais como o entomologista da Fundação Oswaldo Cruz Anthony Guimarães estiveram no Estado do Centro-Oeste dando sua contribuição no ano passado.

Ações no Rio

Na quarta, a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil informou que mil bombeiros serão diplomados para atuar no combate aos focos e que outros 500 agentes estão concluindo, nesta semana, o curso para enfrentar o mosquito.

Segundo o órgão, a capital teve 125.988 casos este ano, com 105 mortes. Dos infectados, 44% tinham entre 20 e 49 anos.