Monique Cardoso, Jornal do Brasil
RIO - São milhares de espécies, de múltiplos tons e formatos. Desde sexta-feira a exposição Orquídeas na Primavera colore o Jardim Botânico, ultrapassando as fronteiras do orquidário. Organizada pela associação OrquidaRio, que reúne orquidófilos não só da cidade mas de todo o país, a mostra está na 19ª edição e é termômetro da paixão pela planta.
É durante a exposição que o parque tem a maior taxa de visitação de todo o ano.
É um verdadeiro espetáculo. O
público encontra tanto plantas raras e exóticas como plantas comuns, que todo mundo tem em casa, mas com floradas excepcionais diz a presidente do OrquidaRio, Rosário de Almeida Braga.
Antes caras, hoje as orquídeas são vendidas até em feiras livres e redes de supermercados. O barateamento do preço incentivou a popularização da planta.
Mas, apesar de a epífita ser encontrada nas centenas de amendoeiras espalhadas pela cidade, no vaso ela requer cuidados. Um exemplar pode viver até 20 anos, basta que receba os cuidados adequados. Dependendo da espécie, bem específicos.
É por isso que os integrantes do OrquidaRio, mais que compartilhar um hobby, reúnem-se duas vezes por mês para trocar informações sobre cultivo. O papo, porém, é aberto aos novos interessados nas flores.
Estamos abertos aos que estão começando. Além dos encontros, vamos um sábado por mês ao Jardim Botânico para visitar o orquidário. É como quem gosta de vinho, quando mais informação, mais se pode apreciar. compara Rosário.
A orquidófila garante que o cultivo não é tão difícil como muita gente pensa. Para quem sair do Jardim Botânico com o primeiro vasinho na mão, Rosário dá as dicas: a planta não pode receber sol direto. No verão, é bom molhar dia sim, dia não. No inverno, uma vez por semana é suficiente.
É mais fácil matar a planta afogada que de sede. A orquídea é bem mais resistente que se pensa.
Entre as várias atrações da exposição, como cursos, workshops e exibição de filmes destacando a beleza das flores, a exposição realiza um concurso anual, atribuindo certificados às plantas.
Este ano, o júri técnico contou com integrantes da maior associação de orquidófilos dos Estados Unidos. Mas o público também pode escolher sua favorita. Até meio-dia é possível votar e o dono da campeã no gosto popular leva para casa um prêmio confeccionado pelo designer de jóias Antonio Bernardo, mantenedor do orquidário do Jardim Botânico.
As plantas vencedoras ganham uma certificação da American Orchid Society, que valoriza o exemplar e aumenta seu valor comercial.
Para se dedicar ao hobby, porém, não é preciso muito dinheiro nem estufa na varanda do apartamento. Nos estandes, entre eles o do próprio OrquidaRio, é possível ir para casa com todos os itens necessários ao cultivo de orquídea, como adubos e vasinhos adequados. e ainda receber dicas preciosas.
Na exposição há um cultivador que tem a mesma planta há 30 anos conta a orquidófila. É um incentivo para quem quer começar.
Além do orquidário do Jardim Botânico, o Rio conta com outros pontos de apreciação bastante interessantes.
Um deles é o Orquidário Binot, em Petrópolis. Fundado em 1870 por Pedro Maria Binot, filho do francês Jean Baptista Binot encarregado de projetar e executar os jardins do Palácio Imperial.
De renome internacional, possui inúmeras variedades de orquídeas e exporta para outros países, sendo seu principal mercado os Estados Unidos, Alemanha e Japão.