Felipe Sil, Jornal do Brasil
RIO - A inauguração da Estação Elevatória de Esgoto do Jardim Oceânico, nesta segunda-feira, parece não inspirar muita comemoração. Uma situação bem diferente daquela de algumas semanas atrás, quando iniciaram-se as operações da ETE de Marapendi, que passou a receber esgoto dos 50 maiores condomínios da Barra. O motivo é que, dois meses após a inauguração pela Cedae da elevatória mais ambiciosa do Programa de Saneamento da Barra, Recreio e Jacarepaguá (PSBJ), um grande número de imóveis no Jardim Oceânico segue despejando esgoto em galerias de águas pluviais, porque não há interligação entre as galerias de esgoto da companhia estadual.
O ambientalista Mario Moscatelli ameaça acionar o Ministério Público caso o Estado não aumente a fiscalização contra o crime ambiental.
Reconheço o trabalho que a Cedae vem fazendo na região, mas não adianta inaugurar todas essas instalações se condomínios e prédios continuam a despejar esgoto in natura em galerias de águas pluviais.
Segundo o ambientalista, ainda não é possível perceber evolução na despoluição da Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, mesmo após a inauguração da obra.
O absurdo é a lentidão para punir os responsáveis por crimes ambientais. No Jardim Oceânico, a situação é grave. Da mesma forma que a Cedae tem sido eficaz no combate aos gatos no fornecimento de água, precisa aprender a combater o despejo irregular de esgoto. Caso contrário, não há estação de tratamento que adiante critica.
Ciente do problema, o presidente da Cedae, Wagner Victer, garante que a companhia não vai permitir que condomínios permaneçam praticando crimes.
Aqueles que não desativarem suas estações particulares de esgoto e não se conectarem à rede da Cedae estarão praticando crime ambiental e serão punidos.
A inauguração da Estação Elevatória de Esgoto do Jardim Oceânico é mais uma etapa do Programa de Saneamento da Barra, Recreio e Jacarepaguá (PSBJ). O valor investido foi de R$ 5,2 milhões.
A elevatória atenderá a um sistema de esgotamento para 160 mil habitantes, com capacidade de transferência de até 360 litros de esgotos por segundo. Foram instalados cerca de mil metros de redes coletoras explica Wagner Victer.