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Encontro comercial no navio Pink Fleet discute turismo de luxo

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Débora Motta, JB Online

RIO - O 'Encontro Comercial Rio de Janeiro -Braztoa & ABAV' reuniu nesta quarta -feira cerca de 450 agentes de viagem e operadoras de turismo em um lugar inusitado: o barco cinco estrelas Pink Fleet, da EBX, holding do empresário Eike Batista, na Marina da Glória. O evento, que contou com a presença 34 operadoras associadas e de 45 expositores, foi uma oportunidade para movimentar o mercado de turismo carioca e discutiu o crescimento do segmento de luxo.

- O objetivo é promover uma maior integração entre as operadoras do Rio e de São Paulo. É uma chance de fomentar um intercâmbio de informações e experiências disse Luis Strauss, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (ABAV/RJ).

- Buscamos diferenciais no evento para atender aos agentes de viagens do Rio, um mercado importante e que tem crescido muito acrescentou o presidente da Braztoa, José Eduardo Barbosa.

Para a gerente de entretenimento do Pink Fleet, Cristina D'Avila, o encontro fortaleceu o investimento de Eike Batista, de R$ 35 milhões na embarcação, e no turismo do Rio.

- Costumamos apoiar ações com entidades do setor. Nesse encontro, queremos chegar até os agentes de turismo - disse, ressaltando que o Pink Fleet (que oferece passeios pela Baía de Guanabara para turistas internacionais e brasileiros e se tornou um novo espaço na cidade para eventos corporativos e festas) gera cerca de 200 empregos diretos e 1000 empregos indiretos.

Turistas mais exigentes

O turismo de luxo foi o destaque da palestra do consultor Carlos Ferreirinha, que abriu o encontro. Para ele, o momento é propício para investir na customização dos produtos e serviços do setor, que fatura US$ 425 bilhões em todo o mundo e foi estimulado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), com o lançamento do Bureau de Turismo de Luxo.

Vivemos o momento da exclusividade. O cliente busca cada vez mais produtos e serviços especiais destacou Ferreirinha. - Nos últimos 20 anos, o turismo de luxo deixou de ser uma atividade isolada e elitista e vem atingindo a classe média, que não costuma economizar. No Brasil, movimentou US$ 5 bilhões no ano passado, em um crescimento de 17% em relação a 2006.

Ferreirinha afirmou também que a ordem de crescimento do mercado de luxo no Brasil tem apostas certas para Florianópolis, em Santa Catarina, o interior paulista e a região Nordeste, além do eixo Rio-São Paulo. De acordo com pesquisa da sua consultoria, a MCF, o Brasil é o segundo maior mercado de luxo das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos.

Para o consultor, a competitividade faz com que o mercado deixe de enfatizar só a qualidade do produto e passe a ressaltar o diferencial que a empresa pode oferecer.

- As empresas que falarem com o cliente pela emoção terão vantagem competitiva, porque o consumidor já exige a qualidade como requisito mínimo. Essa mudança é urgente para as agências de turismo, que devem investir também em serviços de luxo, educando o consumidor para esse padrão de excelência disse Ferreirinha, citando o sucesso de empresas como a Casas Bahia, que foi líder em vendas de TV de plasma em 2007, apesar de ser uma empresa voltada às classes populares.

- Acredito que o maior desafio do turismo no país hoje é essa mudança da relação com o consumidor. Queremos que o evento seja efetivo para quem vende e compra, porque a indústria do turismo está mudando. O cliente é mais exigente completou o presidente da Braztoa, acrescentando que cerca de 10% das operadoras no Rio trabalham com serviços de luxo.

No que diz respeito às operadoras brasileiras, a Braztoa prevê que o mercado de turismo deve crescer cerca de 10% este ano, o dobro projetado para a economia nacional.

- É um número satisfatório e, o mais importante, contempla tanto o mercado doméstico quanto o internacional e o marítimo ressaltou José Eduardo Barbosa.