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Leitores reclamam do comportamento da população em relação ao lixo

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Júlia Moura, JB Online

RIO - Quem já não viu alguém jogar lixo no chão? Uma das queixas freqüentes dos moradores do Rio é em relação a grande quantidade de lixo jogada nas ruas. É esse lixo acumulado o responsável por causar transtornos como criadouros do mosquito da dengue e deixar bueiros entupidos após enchentes.

Sebastião José da Silva morador do centro da cidade reclama que a população carioca precisa se orgulhar mais do Rio e cuidar da cidade com mais carinho, preservando as nossas belezas naturais.

-O carioca precisa mudar alguns hábitos, um deles é o de jogar lixo na rua, pois prejudica o seu próprio direito de ir e vir. Eu já presenciei alguns cidadãos atirarem latinhas de cerveja na via pública. Fiquei enojado. Logo após houve um temporal e os ralos entupiram. Se alguém faz isso em pleno centro da cidade, onde todos conhecem os freqüentes alagamentos, imagine o que é capaz de fazer numa praia, por exemplo avalia Sebastião pelo Leitor Repórter do JB Online.

Para Ronaldo Pimenta, também morador do Rio, a cidade maravilhosa deveria ser mais cuidada, tanto por seus moradores quanto pelas autoridades municipais, comenta outro Leitor Repórter.

- No centro da cidade é comum observar a sujeira, pois somos obrigados a conviver com ela. Muito desse lixo todo é de responsabilidade do próprio cidadão. É comum a gente ver uma pessoa que acaba de comer qualquer coisa e jogar no chão da rua o papel que enrolava o alimento. Enfim, governo municipal e cidadãos devem se unir para promover uma grande mudança de hábitos, pois só assim poderemos ter uma cidade mais limpa observa Ronaldo, que completa dizendo que não podemos mostrar para o mundo que somos porcos e sujos. Precisamos iniciar um processo de mudanças de comportamento .

A Comlurb recolhe em média 8.800 toneladas de lixo público no município do Rio. Só no centro da cidade são duas mil toneladas por mês. A coleta domiciliar no centro é feita em dias alternados, chegando a três mil toneladas ao mês, segundo a assessoria da Comlurb.

- A varredura no centro da cidade é diária. Em alguns pontos varre-se em até três turnos. Um trecho da Av. Rio Branco pode ser varrido mais de 10 vezes num mesmo dia. Para deixar o centro da cidade respirável, a Comlurb gasta diariamente 65 mil litros de água potável, o que equivale a 1.885.000 litros por mês, ou seja, uma piscina olímpica misturada com 410 litros de detergente para remover fezes e urina informa a companhia.

Educação pode levar a conscientização

Odete Moreira de Lima tem a mesma opinião que Ronaldo, para ela o povo precisa se conscientizar de que manter a cidade limpa é importante para prevenir doenças e que para isso, a colaboração dos habitantes é essencial.

-Os brasileiros só precisam pensar com cabeça de primeiro mundo que tudo irá funcionar. Como por exemplo: fazer a campanha do lixo, usando as escolas de modo geral. Os professores deveriam usar os alunos e pais pelo menos uma vez por mês, em formar grupos para limpar a região da escola onde estudam. Para motiva-los, o trabalho prestado será avaliado pela escola. Na Alemanha a campanha está funcionando. Eu acredito que também funcionaria no Brasil sugeri pelo Leitor Repórter do JB Online, Odete, brasileira que hoje vive na Alemanha.

Para conscientizar a população carioca a Comlurb desenvolve o projeto Escola Limpa nas unidades da rede pública municipal de ensino. Através desse programa, os alunos são orientados a separar materiais recicláveis em casa e na escola e depositá-los em recipientes adequados, denominados Ecopontos.

Nas escolas, a coleta seletiva tem caráter educativo, de comportamento, cidadania e respeito ao meio ambiente. Já o projeto Chegando de Surpresa , criado em outubro do ano passado, ensina a população a não jogar papel e lixo no chão e conservar ruas, calçadas, canteiros e praias limpos. O projeto é apresentado pelos garis com peças teatrais.