Ludmilla Rabello, JB Online
RIO - A partir desta terça-feira as cirurgias de alta complexidade estarão suspensas no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, conhecido como Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O hospital também não aceitará a entrada de novos pacientes na unidade, que funciona no limite orçamentário há quatro anos.
Segundo a direção do Hospital, faltam materiais básicos para o atendimento médico, como fio para sutura.
- Estamos interrompendo as cirurgias até ter possibilidade de retornar ao trabalho sem prejuízo para os pacientes. Não posso abrir as portas sem ter condições de atender plenamente - Explicou Alexandre Pinto Cardoso, diretor do Hospital, em entrevista a Rádio CBN.
Segundo a direção do hospital, a instituição não está recebendo verba através do Município, e o dinheiro cedido pelo Ministério da Saúde está defasado desde 2004, embora o hospital tenha ampliado as atividades. As dívidas da instituição giram em torno de R$ 10 milhões, e se a situação não for resolvida, o hospital deixará de atender 25 mil pessoas por mês.
Para agravar a situação, os pagamentos atrasados não poderão ser efetuados, por conta de uma nova portaria feita pelo Ministério da Educação, em vigor no desde o dia dois deste mês, que determina que as unidades de recursos humanos dos hospitais universitários criem em 60 dias o PAG, uma unidade de pagamento que será incluída no sistema integrado de crédito orçamentário destinado ao hospitais universitários.
Às 13h30 desta terça-feira, o diretor do Hospital, Alexandre Pinto Cardoso, se reúne com representantes do Ministério da Sáude e do Ministério da Educação, em Brasília, para discutir o problema.